Tendência secular de 20 anos do í­ndice de massa corporal de escolares

  • Tatiane Kosimenko Ferrari Universidade de São Paulo (USP), São Paulo-SP, Brasil.
  • Gerson Luis de Moraes Ferrari Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul -CELAFISCS
  • Victor Keihan Rodrigues Matsudo Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul -CELAFISCS
Palavras-chave: Índice de massa corporal, Pré-escolar, Obesidade, Sobrepeso

Resumo

Objetivo: analisar a tendência secular de 20 anos do Índice de Massa Corporal de escolares de Ilhabela. Materiais e métodos: o estudo faz parte do Projeto Misto Longitudinal de Crescimento, Desenvolvimento e Aptidão Física de Ilhabela. Uma amostra de 1.094 escolares de ambos os sexos, de 7 a 10 anos atenderam aos critérios de inclusão. Os períodos analisados foram 1990/1991, 2000/2001 e 2010/2011. As variáveis analisadas foram: massa corporal (kg), estatura (cm) e índice de massa corporal (kg/m2), classificando osescolares em abaixo do peso, eutróficos, excesso de peso e obesos mediante as curvas propostas pela Organização Mundial da Saúde de Índice de Massa Corporal para idade e sexo. Foi utilizado o Qui-quadrado, com p<0,05 e sete valores percentis. Resultados: as evidências encontradas mostraram que no sexo feminino, a prevalência de escolares classificadas como excesso de peso teve diminuição significativa entre 1990/1991 e 2010/2011 e entre 2000/2001 e 2010/2011. Por outro lado, a prevalência de obesas diminuiu significativamente durante a primeira década, mas aumentou significativamente durante a segunda década. No sexo masculino não houve diferenças estatisticamente significantes. Em ambos os sexos, houve distribuições percentilares menores no período de 2000/2001. Conclusões: independentemente do sexo, o IMC apresentou uma tendência secular de 20 anos positiva para a obesidade e negativa para o excesso de peso. Analisados separadamente, o sexo masculino não apresentou diferenças significativas e o sexo feminino apresentou uma tendência secular de 20 anos negativa para o excesso de peso e uma tendência secular de 10 anos positiva para a obesidade.

Referências

-Albon, H. M.; Hamlin, M. J.; Ross, J. J. Secular trends and distributional changes in health and fitness performance variables of 10-14-year-old children in New Zealand between 1991 and 2003.British Journal of Sports Medicine. Vol. 44. 2010. p. 263–9.

-Alwan, A.; MacLean, D. R.; Riley, L. M.; d'Espaignet, E. T.; Mathers, C. D.; Stevens, G. A.; et al. Monitoring and surveillance of chronic non-communicable diseases: progress and capacity in high-burden countries. The Lancet. Vol. 376. Num. 9755. 2010. p. 1861-8.

-Bergmann, G. G.; Bergmann, M. L. A.; Pinheiro, E. S.; Moreira, R. B.; Marques, A. C.; Garlipp, D. C.; et al. Índice de massa corporal: tendência secular em crianças e adolescentes brasileiros. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano. Vol. 11. Num. 3. 2009. p. 280-5.

-Bua, J.; Olsen, L. W.; Sorensen, T. I. Secular trends in childhood obesity in Denmark during 50 years in relation to economic growth. Obesity (Silver Spring). Vol. 15. 2007. p. 977-85.

-Conde, W. L.; Monteiro, C. A. Body mass index cutoff points for evaluation of nutritional status in Brazilian children and adolescents. Journal of Pediatrics. Vol. 82. 2006. p. 266-72.

-Daniels, S. R.; Arnett, D. K.; Eckel, R. H.; Gidding, S. S.; Hayman, L. L.; Kumanyika, S.; et al. Overweight in children and adolescents: pathophysiology, consequences, prevention, and treatment. Circulation. Vol. 111. Num. 15. 2005. p. 1999–2012.

-Dumith, S. C.; Farias Júnior, J. C. Sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes: comparação de três critérios de classificação baseados no índice de massa corporal. Revista Panamericana de Salud Pública[online]. Vol. 28. Num. 1. 2010. p. 30-5.

-Ferrari, G. L.; Hespanhol, J. E.; Arruda, M. Associação dos indicadores da composição corporal com a maturação sexual em jovens atletas futebolistas. Revista Brasileira de Ciência da Saúde. Vol. 3. 2007. p. 3-7.

-Ferrari, T. K.; Ferrari, G. L. M.; Silva Junior, J. P.; Silva, L. J.; Oliveira, L. C.; Matsudo, V. K. R. Modifications of adiposity in school-age children according to nutritional status: a 20-year analysis. Journal of Pediatrics. Vol. 88. Num. 3. 2012. p. 239-245.

-Field, A. Descobrindo a estatística usando o SPSS. 2aedição. Porto Alegre. Artmed. 2009.p. 688.

-Ford, E. S.; Mokdad, A. H. Epidemiology of obesity in the Western Hemisphere. The Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism. Vol. 93. Num. 11. 2008. p. S1-S8.

-Guo, S. S.; Wu, W.; Chumlea, W. C.; Roche, A. F. Predicting overweight and obesity in adulthood from body mass index values in childhood and adolescence. The American Journal of Clinical Nutrition. Vol. 76. Num. 3. 2002. p. 653-8.

-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: Antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. Rio de Janeiro. 2010a.

-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico 2010: resultados do universo. 2010b. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso: 03/03/13.

-Lunardi, C. C.; Petroski, E. D. Índice de massa Corporal como marcador de Dislipidemia em Crianças. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Vol. 93. Num. 1. 2009. p. 22-7.

-Matsudo, S. M.; Matsudo, V. K. R. Self-assessment and physician assessment of sexual maturation in Brazilian boys and girls: concordance and reproducibility. American Journal of Human Biology. Vol. 6. 1994. p. 451-5.

-Matsudo, V. K. R. Testes em Ciências do Esporte. 7ª edição. São Caetano do Sul. Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul. 2005. p. 168.

-Mei, Z.; Grummer-Strawn, L. M.; Pietrobelli, A.; Goulding, A.; Goran, M. I.; Dietz, W. H. Validity of body mass index compared with other body composition screening indexes for the assessment of body fatness in children and adolescents. The American Journal of Clinical Nutrition. Vol. 75. Num. 6. 2002. p. 978–85.

-Neumark-Sztainer, D.; Wall, M. M.; Larson, N.; Story, M.; Fulkerson, J. A.; Eisenberg, M. E.; et al. Secular trends in weight status and weight related and adolescents from 1999 to 2010. Preventive Medicine. Vol. 54. Num. 1. 2011. p. 77-81.

-Ogden, C. L.; Carroll, M. D.; Kit, B. K.; Flegal, K. M. Prevalence of obesity and trends in BMI among US children and adolescents, 1999-2010. JAMA. Vol. 307. Num. 5. 2012. p. 483-90.

-Onis, M.; Onyango, A. W.; Borghi, E.; Siyam, A.; Nishida, C.; Siekmann, J. Development of a WHO growth reference for school-aged children and adolescents. Bulletin of the World Health Organization. Vol. 85. 2007. p. 660-7.

-Tanner, J. M. Growth at adolescence. In: Malina, R. M.; Bouchard, C. Growth, maturation, and physical activity. Champaign. Human Kinetics Books. 1991. p. 2-25.

-Wang, Y.; Lobstein, T. Worldwide trends in childhood overweight and obesity. International Journal of Pediatric Obesity. Vol. 1. Num. 1. 2006. p. 11-25.

-World Health Organization. Expert Committee on Physical Status: the use and interpretation of anthropometry: report of a WHO expert committee. Geneva. 1995.

-World Health Organization. Overweight and obesity. Geneva. 2011.

Publicado
2014-08-16
Como Citar
Ferrari, T. K., Ferrari, G. L. de M., & Matsudo, V. K. R. (2014). Tendência secular de 20 anos do í­ndice de massa corporal de escolares. Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento, 8(46). Obtido de https://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/336
Secção
Artigos Cientí­ficos - Original