Relações entre hábitos de vida, composição corporal e desempenho motor de crianças para a prática de atividade física

  • Edilberto Gabriel Florencio Dantas Instituto de Educação Física e Esportes- IEFES, Universidade Federal do Ceará-UFC, Fortaleza-CE. Brasil.
  • Tayná Albuquerque Tabosa Pós-Graduação em Fisioterapia e Funcionalidade-PPGFisio, Universidade Federal do Ceará-UFC, Fortaleza-CE. Brasil.
  • Ricardo Hugo Gonzalez Instituto de Educação Física e Esportes- IEFES, Universidade Federal do Ceará-UFC, Fortaleza-CE. Brasil; Pós-Graduação em Saúde Pública- PPGSP, Universidade Federal do Ceará-UFC, Fortaleza-CE. Brasil.
  • Marcela de Castro Ferracioli Gama Instituto de Educação Física e Esportes- IEFES, Universidade Federal do Ceará-UFC, Fortaleza-CE. Brasil; Pós-Graduação em Fisioterapia e Funcionalidade-PPGFisio, Universidade Federal do Ceará-UFC, Fortaleza-CE. Brasil.
Palavras-chave: Estilo de vida, Destreza motora, Obesidade pediátrica, Exercício físico

Resumo

Introdução: As crianças e adolescentes inativos e com dietas empobrecidas têm uma grande probabilidade de apresentar dificuldades motoras e desenvolver quadros de obesidade. Estas dificuldades, reforçam os comportamentos que as provocaram, o que pode gerar uma relação cíclica significativa e fortalecida com o passar dos anos. Objectivo: mapear as consequências dos hábitos de vida no desenvolvimento das competências motoras e da aptidão física, identificando associações entre hábitos de vida, dificuldades motoras e obesidade infantil e os principais motivos que impedem a adesão à prática de actividade física na infância. Materiais e Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa nas bases de dados: Lilacs, PubMed, Scielo e Web of Science. Foram incluídos estudos com crianças e adolescentes que avaliaram conjuntamente a composição corporal, os níveis de atividade física e o desempenho motor. Resultados: Seis estudos foram incluídos na revisão. Os participantes dos estudos incluídos (5-14 anos, ambos os sexos) eram com baixo peso, eutróficos, com excesso de peso e obesos, com e sem perturbações. Os resultados indicaram uma maior perceção de dificuldade nas atividades diárias, baixa participação em desporto, desempenho físico e motor inferior em crianças obesas e com excesso de peso, quando comparadas com crianças eutróficas. O estilo de vida ativo relacionou-se com um melhor desenvolvimento motor grosso e as crianças mais sedentárias e menos ativas apresentavam um maior índice de dificuldade global percebida e menor resistência cardiorrespiratória, que se relacionam com os indicadores de saúde, afetando muitas esferas da vida. Conclusão: Esta revisão sugere que existem relações recíprocas entre os hábitos de vida, a composição corporal, a aptidão física e o desempenho motor.

Referências

-Capistrano, R.; Alexandre, J.M.; Beltrame, T.S. Indicadores de saúde em escolares com e sem Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação-TDC/Health status indicators in schoolchildren with and without Developmental Coordination Disorder - DCD. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional. Vol. 23. Num. 4. 2015. p. 765-773.

-Czeresnia, D.; Macie, E.M.G.; Oviedo, R.A.M. Os sentidos da saúde e da doença. Editora FIOCRUZ. 2013.

-Ercole, F.F.; Melo, L.S.; Alcoforado, C.L.G.C. Revisão integrativa versus revisão sistemática. Revista Mineira de Enfermagem. Vol. 18. Num. 1. 2014. p. 9-12.

-Gallahue, D.L.; Ozmun, J.C.; Goodway, J.D. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. AMGH Editora. 2013.

-Graf, C.; Koch, B.; Kretschmann-Kandel, E.; Falkowski, G.; Christ, H.; Coburger, S.; Lehmacher, W.; Bjarnason-Wehrens, B.; Platen, P.; Tokarski, W.; Predel, H.G.; Dordel, S. Correlation between BMI, leisure habits and motor abilities in childhood (CHILT-project). International journal of obesity. Vol. 28. Num. 1. 2004. p. 22-26.

-Hiraga, C.Y.; Rocha, P.R.H.; Ferracioli, M.C.; Gama, D.T.; Pellegrini, A.M. Physical fitness in children with probable developmental coordination disorder and normal body mass index. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano. Vol. 16. 2014. p. 182-190.

-Mancini, M.C.; Geloneze, B.; Salles, J.E.N.; Lima, J.G.; Carra, M.K. Tratado de obesidade. 2. ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan. 2015.

-Memari, A.H.; Ghaheri, B.; Ziaee, V.; Kordi, R.; Hafizi, S.; Moshayedi, P. Physical activity in children and adolescents with autism assessed by triaxial accelerometry. Pediatric obesity. Vol. 8, Num. 2. 2013. p. 150-158.

-NCD Risk Factor Collaboration. Worldwide trends in body-mass index, underweight, overweight, and obesity from 1975 to 2016: a pooled analysis of 2416 population-based measurement studies in 128.9 million children, adolescents, and adults. The Lancet. Vol. 390. Num. 10113. 2017. p. 2627-2642.

-Nobre, F.S.S.; Costa, C.L.A.; Oliveira, D.L.; Cabral, D.A.; Nobre, G.C.; Caçola, P. Análise das oportunidades para o desenvolvimento motor (affordances) em ambientes domésticos no Ceará-Brasil. Journal of Human Growth and Development. Vol. 19. Num. 1. 2009. p. 9-18.

-Papalia, D.E.; Feldman, R.D. Desenvolvimento humano. Artmed editora. 2013.

-Pereira, S.; Reyes, A.; Moura-Dos-Santos, M.A.; Santos, C.; Gomes, T.N.; Tani, G.; Vasconcelos, O.; Barreira, T.V.; Katzmarzyk, P.T.; Maia, J. Por que as crianças são diferentes em seus níveis de atividade física de intensidade moderada a vigorosa? Uma análise multinível. Jornal de Pediatria. Vol. 96. Num. 2. 2020. p. 225-232.

-Poulsen, A.A.; Desha, L.; Ziviani, J.; Griffiths, L.; Heaslop, A.; Khan, A.; Leong, G.M. Fundamental movement skills and self-concept of children who are overweight. International Journal of Pediatric Obesity. Vol. 6. Sup. 3. 2011. p. e464-471.

-Powers, S.K.; Howley, E.T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 9ª edição. Manole. 2017.

-Riebe, D.; e colaboradores. Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. 10ª edição. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan. 2018.

-Ružbarská, I. Physical fitness of primary school children in the reflection of different levels of gross motor coordination. Acta Gymnica. Vol. 46. Num. 4. 2016. p. 184-192.

-Saunders, T.J.; Chaput, J.; Tremblay, M.S. Sedentary behaviour as an emerging risk factor for cardiometabolic diseases in children and youth. Canadian Journal of Diabetes. Vol. 38. Num. 1. 2014. p. 53-61.

-Santos, L.R.V.; Ferracioli, M.C. Prevalence of children identified with motor difficulties. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar. Vol. 28. Num. 2. 2020. p. 525-538.

-Souza, M.T.; Silva, M.D.; Carvalho, R. Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein. Vol. 8. 2010. p. 102-106.

-Stodden, D.F.; Goodway, J.D.; Langendorfer, S.J.; Roberton, M.A.; Rudisill, M.E.; Garcia, C.; Garcia, L.E. A developmental perspective on the role of motor skill competence in physical activity: An emergent relationship. Quest. Vol. 60. Num. 2. 2008. p. 290-306.

-Thomas, J.R.; Nelson, J.K.; Silverman, S.J. Métodos de pesquisa em atividade física. Artmed Editora. 2009.

-Valerio, G.; Gallarato, V.; D’Amico, O.; Sticco, M.; Tortorelli, P.; Zito, E.; Nugnes, R.; Mozzillo, E.; Franzese, A. Perceived difficulty with physical tasks, lifestyle, and physical performance in obese children. BioMed research international. Vol. 735764. 2014. p. 1-7.

-World Health Organization. The top 10 causes of death. 2020. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/the-top-10-causes-of-death.

Publicado
2023-12-28
Como Citar
Edilberto Gabriel Florencio Dantas, Tabosa, T. A., Gonzalez, R. H., & Gama, M. de C. F. (2023). Relações entre hábitos de vida, composição corporal e desempenho motor de crianças para a prática de atividade física. Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento, 17(111), 637-650. Obtido de https://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/2307
Secção
Artigos Cientí­ficos - Original