Proposta de implementação de uma unidade de alimentação e nutrição (UAN) numa empresa de construção de estradas

  • Marina Daros Massarollo Universidade Estadual do Oeste do Paraná-Unioeste, Brasil.
  • Cristiane Maria Tonetto Godoy Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Brasil.
  • Maria de Lurdes Bernartt Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Brasil.
  • José Ricardo da Rocha Campos Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Brasil.
  • Ketlyn Lucyani Olenka Rizzotto Universidade Estadual do Oeste do Paraná-Unioeste, Brasil.
  • Ana Paula Vieira Universidade Estadual do Oeste do Paraná-Unioeste, Brasil.
Palavras-chave: Alimentação coletiva, Autogestão, Economia, Segurança alimentar

Resumo

As Unidades de Alimentação e Nutrição são responsáveis ​​pela alimentação e nutrição de uma coletividade, com o propósito de fornecer refeições nutricionalmente equilibradas, de qualidade e que vão ao encontro das expectativas dos comensais. Tais unidades têm uma gestão de elevada complexidade, pois são necessárias atualizações constantes em relação à legislação do setor e à qualificação da mão-de-obra. O presente estudo tem como objetivo analisar a viabilidade de implementação de uma UAN de autogestão numa empresa de Francisco Beltrão-PR e o seu contributo para a segurança alimentar e nutricional dos colaboradores. A recolha de dados ocorreu em janeiro de 2018, onde diariamente foram pesados ​​os alimentos fornecidos pela empresa terceirizada no buffet e aqueles restantes nos pratos dos colaboradores, para cálculo da média de ingestão per capita e resto ingesta. Na sequência, foram elaboradas as fichas técnicas dos preparados servidos no período da recolha de dados, para estimar o custo das refeições, e por fim, foi realizado o cálculo dos menus oferecidos nos vinte dias de análise para verificar a adequação em relação às recomendações nutricionais do Programa de Alimentação do Trabalhador. Como resultados, pode-se aferir que com a implementação da UAN a empresa terá uma poupança mensal, para além da redução do desperdício alimentar e da melhoria da qualidade da alimentação e da aceitação por parte dos comensais Desta forma, concluiu-se que uma UAN de autogestão resulta em benefícios económicos e ambientais para a empresa e numa maior segurança alimentar e nutricional para os colaboradores.

Biografia Autor

Marina Daros Massarollo, Universidade Estadual do Oeste do Paraná-Unioeste, Brasil.

Engenheira de Alimentos (UNICENTRO, 2009), Nutricionista (UNIOESTE, 2018), Especialista em Perícia Ambeintal (UNIPAR, 2011),  Especialista em Gestão de Unidades de Alimentação e Nutrição (iPGS, 2019), Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional (UNIOESTE, 2014).

Referências

-Abrandh. Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos. O direito humano à alimentação adequada e o sistema nacional de segurança alimentar e nutricional. Marina Leão (Org). Brasília. Abrandh. 2013. 263 p.

-Abreu, E.S.; Spinelli, M.G.N.; Pinto, A.M.S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 4ª edição. São Paulo. Metha. 2011.

-Balestrin, M.B.; Carlesso, L.C.; Xavier, A.A. Análise quantitativa e qualitativa do cardápio oferecido aos funcionários beneficiados pelo programa de alimentação do trabalhador - PAT em um frigorífico em Campos Novos, Santa Catarina. Anuário Pesquisa e Extensão Unoesc Videira. 2018.

-Batista, A.D.M.; Santos, B.S.; Martins, L.A.; Rocha, L.A.A.; Alves, M.T.; Pereira, C.P. Elaboração de cardápios para trabalhadores de uma construção civil a partir do programa de alimentação do trabalhador - PAT. Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza. Conexão Fametro 2018. Inovação e Criatividade. p. 1-6. 2018.

-Bernaud, F.S.R.; Rodrigues, T.C. Fibra alimentar: ingestão adequada e efeitos sobre a saúde do metabolismo. Arq Bras Endocrinol. Vol. 57. Núm. 6. p. 397-405. 2013.

-Brasil. Casa Civil. Subchefia para assuntos jurídicos. Lei no 6.321, de 14 de abril de 1976. Dispõe sobre a dedução do lucro tributável para fins de imposto de renda das pessoas jurídicas, do dobro das despesas realizadas em programas de alimentação do trabalhador. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília-DF, 14 de abr. 1976. Seção 1. p. 4895. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6321.htm. Acesso em: 28/010/2021.

-Brasil. Casa Civil. Subchefia para assuntos jurídicos. Decreto no 5, de 14 de janeiro de 1991. Regulamenta a Lei no 6.321, de 14 de abril de 1976, que trata do Programa de Alimentação do Trabalhador, revoga o Decreto no 78.676, de 8 de novembro de 1976 e dá outras providências. Diário Oficial da União. Poder Executivo, Brasília-DF, 14 de jan. 1991. Seção 1, p. 1058. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0005.htm. Acesso em: 28/10/2021.

-Brasil. Casa Civil. Subchefia para assuntos jurídicos. Portaria no 3, de 1o de março de 2002. Baixa instruções sobre a execução do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília-DF, 1 de mar. 2002. Disponível em: http://consulta.mte.gov.br/Empregador/PAT/Legislacao/Conteudo/PORTARIA_N_03_DE_1_DE_MARCO_DE_2002.pdf. Acesso em: 28/10/2021.

-Brasil. Casa Civil. Subchefia para assuntos jurídicos. Portaria no 66, de 25 de agosto de 2006. Altera os parâmetros nutricionais do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). Diário Oficial da União. Poder Executivo, Brasília-DF, 25 de ago. 2006. Seção 1, p. 153/154. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/servicos/empregador/programa-de-alimentacao-do-trabalhador-pat/arquivos-legislacao/portarias-interministeriais/pat_portaria_interministerial_66_2006.pdf. Acesso em: 27/10/2021.

-Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. 2. ed., 1. reimpr. Brasília. Ministério da Saúde. 2014. 156 p.

-Brito, A.M.S.; Vieira, A.M.; Souza, A.B.R.; Lopes, A.S.; Craveiro, B.A.B.; Vasconcelos, F.B.; Magalhães, M.S. Avaliação do resto-ingesta de alimentos em uma unidade de alimentação e nutrição no município de Sobral, Ceará. Nutrivisa, Rev. de Nutrição e Vigilância em Saúde. Vol. 3. Núm. 2. p. 76-80. 2016.

-CBO. Classificação Brasileira de Ocupação. Tabela de classificação brasileira de ocupações. 2018. Disponível em: http://www.ocupacoes.com.br/tabela-completa-da-cbo. Acesso em: 04/11/2021.

-CFN. Conselho Federal De Nutricionistas. Resolução no 600 de 25 de fevereiro de 2018. Dispõe sobre a definição das áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições, indica parâmetros numéricos mínimos de referência, por área de atuação, para a efetividade dos serviços prestados à sociedade e dá outras providências. Diário Oficial da União, 20 de abril de 2018. seção 1. páginas 157 a 160.

-Duarte, M.S.L.; Conceição, L.L.; Castro, L.C.V.; Souza, E.C.G. Qualidade do almoço de trabalhadores segundo o Programa de Alimentação dos Trabalhadores e o Índice de Qualidade da Refeição. Segurança Alimentar e Nutricional. Vol. 22. Núm. 1. p. 654-661. 2015.

-Fassina, P.; Leonhardt, M.; Kerber, M. Análise qualitativa das preparações do cardápio de duas unidades de alimentação e nutrição. Arquivos de Ciências da Saúde. Vol. 26. p. 153. 2019.

-Fonseca, M.T. Tecnologias gerenciais de restaurantes. São Paulo. Editora Senac São Paulo. 1999.

-Gil, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª edição. São Paulo. Atlas. 2008.

-González; A.R.A.; Bezerra, P.Q.M.; Matos, M.F.R. Desperdício de alimentos em um restaurante comercial de Salvador (BA): características, avaliação e intervenção sobre as principais causas. Revista Brasileira de Tecnologia Agroindustrial. Vol. 11. Núm. 2. p. 2523-2541. 2017.

-Hernandes, L.S.; Nascimento, K.O. Avaliação de proteínas do cardápio de uma empresa privada em relação ao recomendado pelo Programa de Alimentação do Trabalhador. Research, Society and Development. Vol. 9. Núm. 11. e2519119765. 2020.

-Lafuente Junior, A.N.A. Resíduos sólidos em restaurante comercial: um estudo de caso na cidade de Santos-SP. Rev. de Tecnologia Aplicada. Vol. 6. Núm. 2. p. 44-61. 2012.

-Lira, C.E.N.; Castro, L.N. Atendimento ao Programa de Alimentação do Trabalhador: análise do almoço oferecido em dois hospitais públicos. Centro Universitário Uninovafapi. Revista Interdisciplinar. Vol. 11. Núm. 4. p. 1-10. 2018.

-Magnée, H. Administração simplificada para pequenos e médios restaurantes. São Paulo. Varela. 2005.

-Maistro, L. Estudo do índice de resto ingestão em serviços de alimentação. Rev. Nutrição em Pauta. Núm. 45. 2000.

-Mattos, P.F. Avaliação de adequação do almoço de uma unidade de alimentação e nutrição (UAN) ao Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). Cadernos UniFOA. 7ª edição. p. 54-59. 2008.

-Metalnox. Manual geral de uso e assistência técnica de fogões comerciais e industriais a gás de alta e baixa pressão. 2018. Disponível em: http://www.metalnox.ind.br/wp-content/uploads/2015/01/MANUAL-DO-PRODUTO-FOG--O-0141.pdf. Acesso em: 17/10/2021.

-Monteiro, C.A.; Cannon, G. O impacto das empresas transnacionais de “Big Food” no Sul: uma visão do Brasil. PLos Med. Vol. 9. Núm. 7. 2012.

-Oliveira, E.R.S.; Nascimento, L.E.; Freitas, R.S.; Almeida, A.P.C.; Brandão, R.N.; Arruda, M.V.C.; Moraes, S.S.A.; Alves, M.A.B. Avaliação da composição nutricional de refeições oferecidas por uma unidade de alimentação e nutrição. Brazilian Journal of Health Review. Vol. 4. Núm. 6. p. 24565-24574. 2021.

-Ornelas, L.H. Técnica dietética: seleção e preparo de alimentos. 8ª edição. São Paulo. Atheneu. 2007.

-Oro, G.L.; Hautrive, T.P. Avaliação do cardápio do almoço oferecido à trabalhadores atendidos pelo Programa de Alimentação do Trabalhador. e-Scientia. Vol. 8. Núm. 1. p. 01-07. 2015.

-Padilha, B.M.; Brandão, T.B.C.; Albuquerque, F.R.A.; Lima, M.F.; Freitas, R.M.S. Adequação nutricional de cardápios do almoço de uma empresa do ramo hoteleiro inscrita no Programa de Alimentação do Trabalhador. Segur. Aliment. Nutr. Vol. 8. p. 1-7. 2021.

-Paraná. Casa Civil. Sistema Estadual de Legislação. Decreto no 6.638, de 12 de abril de 2017. Diário Oficial no 9.925. Curitiba, 2017. Disponível em: http://www.normaslegais.com.br/legislacao/Decreto-6638-2017.htm. Acesso em: 18/11/2021.

-Salvetti, L.H.; Possa, G. Programa de alimentação do trabalhador e qualidade nutricional das refeições. Ciência e Saúde. Vol. 10. Núm. 1. p. 23/27. 2017.

-Santana, K.L.; Fernandes, C.E. Análise de resto-ingesta e sobra suja em uma UAN hospitalar de Recife-PE. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento. Vol. 13. Núm. 81. p. 845-851. 2019.

-SINPAR. Sindicato dos Nutricionistas do Paraná. Tabela de honorários 2018. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1DJMRFd cBhkwLrIevR7_ILmrMLskZeas9/view. Acesso em: 18/10/2021.

-Souza, E.D.; Schneider, M.A.; Weis, G.C.C. Avaliação quantitativa e qualitativa do cardápio de uma Unidade de Alimentação e Nutrição da região noroeste do Rio Grande do Sul. Disciplinarum Scientia. Vol. 21. Núm. 2. p. 127-139. 2020.

-Spinelli, M.G.N.; Cale, L.R. Avaliação de resíduos sólidos em uma unidade de alimentação e nutrição. Rev. Simbio-Logias. Vol. 2. Núm. 1. p. 21-30. 2009.

-Tavares, F. C. L. P.; Leal, V. S. Evolução da política e dos programas de alimentação e nutrição no Brasil: de Josué de Castro à política nacional de segurança alimentar e nutricional. Recife. Editora Universitária da UFPB. 2012.

-Tavares, A.O.; Ferreira, A.P.; Moreira, M.F.R. Impactos da precarização do trabalho da Segurança Alimentar e Nutricional: contribuições para o debate sobre saúde e alimentação de trabalhadores terceirizados em Unidades de Alimentação e Nutrição. Segur. Aliment. Nutr. Vol. 25. Núm. 2. p. 12-18. 2018.

-Teixeira, S.; Milet, Z.; Carvalho, J.; Biscontini, T.M. Administração aplicada às unidades de alimentação e nutrição. São Paulo. Editora Atheneu. 2007.

-Vaz, C.S. Restaurantes: controlando custos e aumento juros. 2ª edição. Brasília. Editora Metha. 2011.

-Yin, R.K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3ª edição. Porto Alegre. Bookman. 2005.

-Zandonadi, H.S.; Maurício, A.A. Avaliação do índice de resto-ingesta, de refeições consumidas por trabalhadores da construção civil no município de Cuiabá-MT. Rev. Hig. Aliment. Vol. 26. p. 64-70. 2012.

Publicado
2022-08-31
Como Citar
Massarollo, M. D., Godoy, C. M. T., Bernartt, M. de L., Campos, J. R. da R., Rizzotto, K. L. O., & Vieira, A. P. (2022). Proposta de implementação de uma unidade de alimentação e nutrição (UAN) numa empresa de construção de estradas. Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento, 16(100), 147-159. Obtido de https://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/1966
Secção
Artigos Cientí­ficos - Original