Associação entre nível de atividade física e percepção de saúde em trabalhadores industriários obesos
Resumo
Introdução e objetivo: A obesidade, caracterizada como uma doença multifatorial, tem sido apontada como uma epidemia do século XXI. A atividade física tem grande influência no enfrentamento desta doença, não só nos aspectos físicos, mas também psicológicos. Diante disso, o objetivo deste estudo foi verificar a associação do nível de atividade física com a percepção de saúde de trabalhadores obesos de uma indústria de Santa Catarina. Materiais e Métodos: Trata-se de uma pesquisa descritiva, de corte transversal, na qual participaram 101 trabalhadores obesos de ambos os sexos. A percepção de saúde foi avaliada por meio da seguinte pergunta: “Como você classifica seu estado de saúde atual?”. A atividade física foi avaliada por meio da versão curta do IPAQ. Foram coletadas informações relativas ao sexo, estado civil e grau de escolaridade. Resultados: Observou-se que 32,7% dos trabalhadores obesos apresentavam percepção negativa de saúde e 45,5% foram classificados com níveis insuficientes de atividade física. Verificou-se, por meio de regressão logística que, independentemente do sexo, estado civil e grau de escolaridade, os trabalhadores obesos com níveis insuficientes de atividade física têm duas vezes mais chances de apresentarem percepção negativa de saúde em relação àqueles ativos fisicamente. Conclusão: Conclui-se que a percepção negativa de saúde dos trabalhadores obesos esteve associada ao baixo nível de atividade física. Portanto, a incorporação de programas de atividade física no ambiente de trabalho pode ser uma alternativa para aumentar os níveis de atividade física e auxiliar na manutenção do estado de saúde destes indivíduos.
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