Avaliação da aceitabilidade de bolo à base de arroz integral e feijão por crianças
Resumo
Introdução e Objetivo: Proporcionar uma alimentação balanceada entre as crianças é essencial para suprir as demandas de energia e nutrientes além de estimular bons hábitos ao longo da vida, assim enriquecer alimentos de agrado ao paladar infantil com nutrientes presentes em outros alimentos pode ser uma alternativa viável principalmente quando se trata de alimentos que são a base da alimentação da população brasileira: arroz e feijão, que vem sendo substituídos por alimentos de alta densidade energética e pobre em nutrientes. Neste contexto o objetivo deste trabalho foi desenvolver e avaliar a aceitabilidade de um bolo à base de arroz integral e feijão por crianças. Materiais e métodos: Trata-se de uma pesquisa experimental de corte transversal com abordagem quantitativa. Participaram da pesquisa 47 crianças de 7 a 10 anos de idade de ambos os gêneros, estudantes da 1 a 4 série do ensino fundamental de uma escola particular na cidade de Cambuí-MG. Foi desenvolvido um bolo com farinha de arroz integral e feijão cozido. Para avaliar a aceitação foi utilizada a escala hedônica de 5 pontos. A aceitabilidade observada foi de 94%. Por meio da correlação de Spearman notou-se que não houve diferença no nível de aceitação das crianças em relação ao gênero, idade e série escolar. A elevada aceitabilidade do bolo à base de arroz integral com feijão obtida revela que a alternativa de incluir esses alimentos se torna viável, pois além de ser um produto de baixo custo fornece uma refeição rica em nutrientes essenciais ao desenvolvimento infantil.
Referências
-ABIMAPI. Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados. Estatística: Pães & bolos industrializados. 2019. Disponível em: https://www.abimapi.com.br/estatisticas-paes-e-bolos.php. Acesso 05/06/2020.
-Augusto-Ruiz, W; Bonato, S. R.; Arrieche, L. S.; Alves, S. V. Caracterização da farinha pré-gelatinizada de arroz integral produzida a partir de grãos quebrados. Vetor - Revista de Ciências Exatas e Engenharias. Rio Grande do Sul. Vol. 13. p. 25-46. 2003.
-Bassani, A. B. S. Desenvolvimento e caracterização de biscoitos elaborados com farinha mista de arroz e feijão vermelho. Vitória. Dissertação de Mestrado. Pós-graduação em Nutrição e Saúde. Universidade Federal do Espírito Santo. 2017.
-Brasil. Ministério da Educação. Manual para aplicação dos testes de aceitabilidade no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. FNDE, 2ª edição. Brasília. Ministério da Educação. 2017.
-Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2ª edição. Brasília. MS. 2014.
-Carvalho, A. V.; Bassinello, P. Z.; Mattietto, R. A.; Carvalho, R. N.; Rios, A. O.; Seccadio, L. L. Processamento e caracterização de snack extrusado a partir de farinhas de quirera de arroz e de bandinha de feijão. Brazilian Journal of Food Technology Campinas. Vol. 15. Núm. 1. p. 72-83. 2012.
-Carvalho, N. C.; Rosa, J. N.; Cordeiro, L. S.; Chagas, M. A. Hábitos alimentares na escola infantil. Revista Científica Interdisciplinar. Vol. 1. Núm. 9. p. 136-146. 2014.
-Demarchi, B.; Lacerda, L. D. Desenvolvimento de Doce a Base de Arroz e Feijão. 6º simpósio de segurança alimentar. Desvendando mitos. FAURGS. Gramado-RS. 2018.
-Fiates, G. M. R.; Amboni, R. D. M. C.; Teixeira, E. Marketing, hábitos alimentares e estado nutricional: aspectos polêmicos quando o tema é o consumidor infantil. Alimentos e Nutricionistas. Vol. 17. Núm. 1. p.105-112. 2006.
-Freitas, H. L.; Oliveira, A.T. C.; Morais, H. C.; Peixoto, M. S.; Souza, P. A.; Santos, E. A. Avaliação da aceitabilidade de bolo enriquecido com ferro associado ao ácido ascórbico. Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação. Tocantins. 2012.
-Garden, F.L.; Marks, G. B.; Almqvist, C.; Simpson, J. M.; Webb, K. L. Infant and early childhood dietary predictors of overweight at age 8 years in the CAPS population. European Journal of Clinical Nutrition. Vol. 65. p. 454-62. 2011.
-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE. Diretoria de Pesquisas. Coordenação de trabalho e rendimento. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009. Aquisição alimentar domiciliar per capita Brasil e grandes regiões. Rio de Janeiro. 2019.
-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE. Pesquisa de orçamentos familiares 2008-2009: Análise do consumo alimentar pessoal no Brasil. Coordenação de Trabalho e Rendimento. Rio de Janeiro. 2011.
-Melo, K. S.; Silva, K. L. G. D.; Santos, M. M. D. Avaliação do estado nutricional e consumo alimentar de pré-escolares e escolares residentes em Caetés-PE. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento. São Paulo. Vol. 12. Núm. 76. p.1039-1049. 2018.
-Mesquita, R. M.; Corrêa, A. D.; Abreu, C. M. P.; Lima, A. Z. L.; Abreu, A. F. B. Linhagens de feijão (phaseolusvulgaris.): composição química e digestibilidade protéica. Ciência e Agrotecnologia. Vol. 31. Núm. 4. p. 1114-1121. 2007. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-70542007000400026.
-Mosca, P. C.; Oliveira, F. M.; Zanardo, F. D. C.; Rosatto, F. M.; Almeida, J. M.; Pereira, E. M. S.; Tavano, O. L. Composição e aceitabilidade entre crianças de uma creche/escola de Uberaba-MG de bolo de chocolate adicionado de grãos de feijão cozidos. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais. Vol. 16. Núm. 4. p.403-410. 2014.
-Moura, N. C.; Canniatti-Brazaca, S. G.; Spoto, M. H. F.; Arthur, V. Avaliação sensorial de feijão preto submetido à radiação de cobalto-601. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Vol. 25. Núm. 2. p. 370-374. 2005.
-Naves, M. M. V. Características químicas e nutricionais do arroz. Boletim do Centro de Pesquisa de Processamento de Alimentos. Vol. 25. Núm. 1. p.51-60. 2007.
-Rosaneli, C. F.; Rosaneli, C. F.; Oliveira, A. A. B.; Oliveira, E. R. N. Participação da mistura de arroz e feijão na dieta usual de alunos de uma escola pública e privada de Maringá-PR. Ciência, Cuidado e Saúde. Vol. 6. Núm. 2. p. 384-389. 2017.
-Tiengo, A.; Pereira, H. C. R.; Araújo, C. S. S. Aceitabilidade de bolo de chocolate enriquecido com fígado bovino por crianças com idades entre 6 e 10 anos. Revista Ciências em Saúde. Vol. 5. Núm. 1. 2015.
-Vieira, C. R.; Lopes Junior, C. O.; Ramos, C. S.; Capobiango, M.; Silvestre, M. P. C. Extração enzimática das proteínas da farinha de arroz. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Vol. 28. Núm. 3. p. 599-606. 2008.
-Vieira, R. F. F. A.; Carvalho, C. L. S.; Carvalho, I. R. A.; Candido, C. J.; Santos, E. F.; Novello, D. Adição de farinha da casca de melão em cupcakes altera a composição físico-química e a aceitabilidade entre crianças. Conexão Ciência. Vol. 12. Núm. 2. p. 22-30. 2017.
-World Health Organization. Diretriz: Ingestão de açúcares por adultos e crianças. WHO, 2015. Disponível em: https://www.paho.org/bra/images/stories/GCC/ingestao%20de%20acucares%20por%20adultos%20e%20criancas_portugues.pdf. Acesso em 29/06/2020.
Direitos de Autor (c) 2022 Bruna Batista Lambert, Elisa Liz Belli Cassa Domingues
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citaçao do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).