Análise da rancidez oxidativa em castanhas do Brasil em diferentes condições de armazenamento

  • Jéssica Casagrande Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul-RS, Brasil.
  • Cátia dos Santos Branco Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul-RS, Brasil.
  • Bruna Bellincanta Nicoletto Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul-RS, Brasil.
Palavras-chave: Bertholletia, Oxidação, Armazenamento de alimentos

Resumo

As castanhas do Brasil são vulneráveis a oxidação lipí­dica, o que pode comprometer sua qualidade nutricional e benefí­cios à saúde. O objetivo do estudo foi analisar a rancidez oxidativa em castanhas do Brasil sob diferentes condições de armazenamento. A rancidez oxidativa foi avaliada através do método TBARS (reação do ácido-2-tiobarbitúrico com os aldeí­dos que se formam durante a oxidação lipí­dica), resultando em valores de malondialdeí­do (MDA). Castanhas do Brasil inteiras sem casca foram armazenadas por 30 dias nas condições: vidro opaco e vidro transparente em temperatura ambiente; vidro opaco e transparente em geladeira a 11ºC; plástico opaco e transparente em temperatura ambiente; plástico opaco e transparente em geladeira a 11ºC. Após 30 dias, houve aumento da rancidez oxidativa em 87,5% das amostras (p<0,001). Observou-se maior teor de rancidez em geladeira do que em temperatura ambiente (0,085 ± 0,008 versus 0,077 ± 0,010 mg de MDA/kg; p=0,046) e nas castanhas armazenadas em embalagem transparente do que em opaca (0,085 ± 0,008 versus 0,076 ± 0,009 mg de MDA/kg; p=0,013). Não foram observadas diferenças significativas em relação ao material utilizado no armazenamento (vidro: 0,084 ± 0,009 versus plástico: 0,077 ± 0,009 mg de MDA/kg; p=0,087). Em conclusão, a maioria das castanhas rancificaram em 30 dias de armazenamento, porém houve menor impacto da rancidez oxidativa nas castanhas armazenadas em temperatura ambiente e material opaco.

Biografias Autor

Cátia dos Santos Branco, Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul-RS, Brasil.

Laboratório de Estresse Oxidativo e Antioxidantes, Instituto de Biotecnologia

Área do Conhecimento de Ciências da Vida

Bruna Bellincanta Nicoletto, Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul-RS, Brasil.

Área do Conhecimento de Ciências da Vida

Referências

-Almeida, P.F.P.; Oliveira, G.E.; Freitas, J.A.A. Germinação de sementes de physalis armazenadas em diferentes embalagens e períodos. Revista Univap. Vol. 22. Num. 40. 2016. p. 578.

-Álvares, V.S.; Castro, I.M.; Costa, D.A.; Lima, A.C.; Madruga, A.L.S. Qualidade da castanha-do-Brasil do comércio de Rio Branco, Acre. Acta Amazonica. Vol. 42. Num. 2. 2012. p. 269-274.

-Berno,L.I.; Poeta, P.T.; Maróstica Junior, M.R. Efeitos do selênio oriundo da torta de castanha-do-brasil sobre a concentração de glutationa reduzida (GSH) em ratos Wistar. Alimentos e Nutrição Araraquara. Vol. 21. Num. 2. 2010. p. 231-239.

-Cardarelli, H.R.; Oliveira, A.J. Conservação do leite de castanha-do-pará. Scientia Agricola. Vol. 57. Num. 4. 2000. p. 617-622.

-Cardoso, B.R.; Apolinário, D.; Bandeira, V.S.; Buse, A.L.; Magaldi, R.M.; Jacob-Filho, W.; Cozzolino, S.M. Effects of Brazil nut consumption on selenium status and cognitive performance in older adults with mild cognitive impairment: a randomized controlled pilot trial. European Journal of Nutrition. Vol. 55. Num. 1. 2016. p. 107-116.

-Cecchi,H.M. Fundamentos teóricos e práticos em análise de alimentos. 2ª edição. rev. Campinas: Ed. da Unicamp. 2003.

-Colpo, E.; Vilanova, C.D.A.; Reetz, L.G.B.; Duarte, M.M.M.F.; Farias, I.L.G.; Muller, E.I.; Muller, A.L.; Moraes Flores, E.M.; Wagner, R.; Rocha, J.B. A single consumption of high amounts of the Brazil nuts improves lipid profile of healthy volunteers. Journal of Nutrition and Metabolism. Vol. 653185. 2013. p. 1-7.

-Conte, C.F. Estabilidade oxidativa de granulado de castanha-do-pará. Dissertação de Mestrado. Campinas. Universidade Estadual de Campinas. 2010.

-Grant-Preece, P.; Barril, C.; Schmidtke, L.M.; Clark, A.C. Impact of fluorescent lighting on oxidation of model wine solutions containing organic acids and iron. Journal of Agricultural and Food Chemistry. Vol. 65. Num. 11. 2017. p. 2383-2393.

-Guiné, R.P.; Almeida, C.F.F.; Correia, P.M.R. Influência das condições de armazenamento e tipo de embalagem em algumas propriedades de nozes. Millenium. Vol. 48. 2015. p.185-193.

-Huguenin, G.V.B.; Oliveira, G.M.; Moreira, A.S.; Saint'Pierre, T.D.; Gonçalves, R.A.; Pinheiro-Mulder, A.R.; Teodoro, A.J.; Luiz, R.R.; Rosa, G. Improvement of antioxidant status after Brazil nut intake in hypertensive and dyslipidemic subjects. Nutrition Journal. Vol. 14. Num. 1. 2015. p. 54.

-Instituto Adolf Lutz (IAL). Normas analíticas do Instituto Adolf Lutz. v. 1. Métodos químicos e físicos para análises de alimentos. 3ªedição. São Paulo. USP. 1985.

-Martins, L.M.O.; Martins, W.M.O. Parâmetros de qualidade de amêndoas de castanha do Brasil comercializadas em Rio Branco -Acre. Revista Brasileira de Tecnologia Agroindustrial. Vol. 5. Num. 2. 2011. p. 542-549.

-Pignitter, M.; Stolze, K.; Gartner, S.; Dumhart, B.; Stoll, C.; Steiger, G.; Kraemer, K.; Somoza, V. Cold fluorescent light as major inducer of lipid oxidation in soybean oil stored at household conditions for eight weeks. Journal of Agricultural and Food Chemistry. Vol. 62. Num. 10. 2014. p. 2297-2305.

-Quirino, J.R.; Melo, A.P.C.; Veloso, V.R.S.; Albernaz, K.C.; Pereira, J.M. Resfriamento artificial na conservação da qualidade comercial de grãos de milho armazenados. Bragantia. Vol. 72. Num. 4. 2013. p. 378-386.

-Rabêlo,M.A.S. Avaliação da secagem, torrefação e estabilidade da castanha de pequi (caryocar Brasiliense camb.) Dissertação de Mestrado. Goiânia. Universidade Federal de Goiás. 2007.

-Ribeiro, M.A.A.; Regitano-D’Arce, M.A.B.; Lima, U.A.; Baggio, C.E. Armazenamento da castanha do Pará com e sem casca: efeito da temperatura na resistência ao ranço. Scientia Agricola. Vol. 50. Num. 3. 1993. p. 343-348.

-Rocha, N.C.; Almeida, F.D.L. Efeitos da temperatura e da luminosidade nas características físico-químicas dos óleos de soja e de girassol durante o armazenamento. Nutrivisa -Revista de Nutrição e Vigilância em Saúde. Vol. 1. Num. 1. 2014. p. 6-12.

-Sebrae (BR). O cultivo e o mercado da castanha do Brasil. 2016. Disponível em: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-cultivo-e-o-mercado-da-castanha-do-brasil,c0ca9e665b182410VgnVCM100000b272010aRCRD. Acesso em: 09/2017.

-Silva, J.F. Selênio, atividade biológica e sua relação com o câncer: uma revisão de literatura. Nutrivisa -Revista de Nutrição e Vigilância em Saúde. Vol. 2. Num. 1. 2015. p. 33-40.

-Silva, F.A.; Marsaioli, J.R. A. Atividade de água em amêndoas de castanha do Brasil (Bertholletia excelsa) secas por microondas e convencionalmente. Revista Ciências Exatas e Naturais. Vol. 5. Num. 1. 2003. p. 23-32.

-Silva, R.F.; Ascheri, J.L.; Souza, J.M.L. Influência do processo de beneficiamento na Qualidade de amêndoas de castanha-do-Brasil. Ciência e Agrotecnologia. Vol. 34. Num. 2. 2010. p. 445-450.

-Soares, D.J.; Tavares, T.M.; Brasil, I.M.; Figueiredo, R.W.; Sousa, P.H.M. Processos oxidativos na fração lipídica de alimentos. B. CEPPA. Vol. 30. Num. 2. 2012. p. 263-272.

-Soares, N.F.F.; Silva, W.A.; Pires, A.C.S.; Camilloto, G.P.; Silva, O.S. Novos desenvolvimentos e aplicações em embalagens de alimentos. Revista Ceres. Vol. 56. Num. 4. 2009. p. 370-378.

-Souza, M.L.; Menezes, H.C. Processamentos de amêndoa e torta de castanha-do-brasile farinha de mandioca: parâmetros de qualidade. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Vol. 24. Num. 2. 2004. p. 120-128.

-Stockler-Pinto, M.B.; Carrero, J.J.; Weide, L.C.C.; Silva, M.F.C.; Mafra, D. Effect of selenium supplementation via Brazil nut (Bertholletia excelsa, HBK) on thyroid hormones levels in hemodialysis patients: a pilot study. Nutricion Hospitalaria. Vol. 32. Num. 4. 2015a. p. 1808-1812.

-Stockler-Pinto, M.B.; Malm, O.; Moraes, C.; Farage, N.E.; Silva, W.S.; Cozzolino, S.M.; Mafra, D. A follow-up study of the chronic kidney disease patients treated with Brazil nut: focus on inflammation and oxidative stress. Biological Trace Element Research. Vol. 163. Num 1-2. 2015b. p. 67-72.

-Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação (NEPA). Tabela Brasileira de composição dos alimentos -TACO. 4ªedição. Campinas-SP. 2011. Disponível em: http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/taco_4_edicao_ampliada_e_revisada.pdf. Acesso em: 07/2017.

-Xavier, H.T.; Izar, M.C.; Faria Neto, J.R.; Assad, M.H.; Rocha, V.Z.; Sposito, A.C.; Fonseca, F.A.; Santos, J.E.; Santos, R.D.; Bertolami, M.C.; Faludi, A.A.; Martinez, T.L.; Diament, J.; Guimarães, A.; Forti, N.A.; Moriguchi, E.; Chagas, A.C.; Coelho, O.R.; Ramires, J.A. V Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Vol. 101. Num 4. Supl. 1. 2013. p. 1-20.

Publicado
2020-05-16
Como Citar
Casagrande, J., Branco, C. dos S., & Nicoletto, B. B. (2020). Análise da rancidez oxidativa em castanhas do Brasil em diferentes condições de armazenamento. Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento, 13(81), 812-820. Obtido de https://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/1069
Secção
Artigos Cientí­ficos - Original