Prática de atividade fí­sica em mulheres com transtornos alimentares

  • Marina Garcia Manochio-Pina Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto-SP, Brasil. Universidade de Franca (UNIFRAN), Franca-SP, Brasil
  • Alana Moreira Ganero Universidade de Franca (UNIFRAN), Franca-SP, Brasil
  • Lorenna Ferreira Silva Universidade de Franca (UNIFRAN), Franca-SP, Brasil
  • Rosane Pilot Pessa Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto-SP, Brasil
Palavras-chave: Transtornos da alimentação e da ingestão de alimentos, Exercício, Anorexia nervosa, Bulemia nervosa, Imagem corporal

Resumo

Estudos associam a prática excessiva de atividade fí­sica com transtornos alimentares (TA), como método compensatório para perda de peso rápido. O objetivo foi diagnosticar perfis de atividade fí­sica em mulheres atendidas no Grupo de Assistência em Transtornos Alimentares do Hospital das Clí­nicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (GRATA-HCFMRP-USP). A amostra teve oito mulheres com idades entre 18 e 54 anos, que aceitaram participar assinando o termo de consentimento livre e esclarecido. A coleta de dados aconteceu no ambulatório onde houve aplicação dos testes: IPAQ (Questionário Internacional de Ní­vel de Atividade Fí­sica), ECE (Escala de Compromisso com o Exercí­cio), estimação da percepção e satisfação com imagem corporal na Escala de Figura de Silhueta, e exame bioimpedância, para análise da composição corporal. As variáveis numéricas foram submetidas ao teste de normalidade de D'Agostino & Pearson. A média de IMC foi de 21,31 ± 6,54kg/m2, relacionando à composição corporal apresentam-se bem hidratadas, (54,87%) do peso corporal era composto por água, massa muscular dentro das recomendações (74,62%) e gordura corporal próxima do limite máximo da recomendação (25,37%). Na satisfação da imagem corporal houve diferença estatisticamente significativa (p=0,0391*). O IPAQ demonstrou que 75% das pacientes foram caracterizadas com ní­vel alto de atividade fí­sica, 25% com nível moderado, no ECE o score total obteve pontuação 40,9, não sendo classificado alto compromisso com o exercí­cio. Conclui-se que este grupo não apresenta perfil de atividade fí­sica excessiva. Fazem-se necessários mais estudos para agregar novos valores sobre o perfil de atividade fí­sica nesse público.

Biografia do Autor

Marina Garcia Manochio-Pina, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto-SP, Brasil. Universidade de Franca (UNIFRAN), Franca-SP, Brasil

Docente do Programa de Mestrado e Doutorado em Promoção de Saúde da Unifran.

Alana Moreira Ganero, Universidade de Franca (UNIFRAN), Franca-SP, Brasil

Graduanda em Nutrição da Unifran.

Lorenna Ferreira Silva, Universidade de Franca (UNIFRAN), Franca-SP, Brasil

Graduanda em Nutrição da Unifran

Rosane Pilot Pessa, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto-SP, Brasil

Pós graduação em Enfermagem em saúde pública da EERP-USP.

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Publicado
2018-08-16
Como Citar
Manochio-Pina, M. G., Ganero, A. M., Silva, L. F., & Pessa, R. P. (2018). Prática de atividade fí­sica em mulheres com transtornos alimentares. RBONE - Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento, 12(72), 542-549. Recuperado de https://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/745
Seção
Artigos Cientí­ficos - Original