Prática de atividade física em mulheres com transtornos alimentares
Resumo
Estudos associam a prática excessiva de atividade física com transtornos alimentares (TA), como método compensatório para perda de peso rápido. O objetivo foi diagnosticar perfis de atividade física em mulheres atendidas no Grupo de Assistência em Transtornos Alimentares do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (GRATA-HCFMRP-USP). A amostra teve oito mulheres com idades entre 18 e 54 anos, que aceitaram participar assinando o termo de consentimento livre e esclarecido. A coleta de dados aconteceu no ambulatório onde houve aplicação dos testes: IPAQ (Questionário Internacional de Nível de Atividade Física), ECE (Escala de Compromisso com o Exercício), estimação da percepção e satisfação com imagem corporal na Escala de Figura de Silhueta, e exame bioimpedância, para análise da composição corporal. As variáveis numéricas foram submetidas ao teste de normalidade de D'Agostino & Pearson. A média de IMC foi de 21,31 ± 6,54kg/m2, relacionando à composição corporal apresentam-se bem hidratadas, (54,87%) do peso corporal era composto por água, massa muscular dentro das recomendações (74,62%) e gordura corporal próxima do limite máximo da recomendação (25,37%). Na satisfação da imagem corporal houve diferença estatisticamente significativa (p=0,0391*). O IPAQ demonstrou que 75% das pacientes foram caracterizadas com nível alto de atividade física, 25% com nível moderado, no ECE o score total obteve pontuação 40,9, não sendo classificado alto compromisso com o exercício. Conclui-se que este grupo não apresenta perfil de atividade física excessiva. Fazem-se necessários mais estudos para agregar novos valores sobre o perfil de atividade física nesse público.
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