Análise da circunferência da cintura das idosas que participam dos grupos de ginástica do programa viver ativo

  • Cleber da Rosa Programa de Pós-Graduação Lato-Sensu em Obesidade e Emagrecimento da Universidade Gama Filho - UGF. Graduado em Educação Fí­sica pela Univille e Especialista Natação e Atividades Aquáticas pela Universidade Gama Filho - UGF
  • Isabel Cristina Taranto Programa de Pós-Graduação Lato-Sensu em Obesidade e Emagrecimento da Universidade Gama Filho - UGF. Especialista em Fisiologia do Exercí­cio pela Universidade Veiga de Almeida - UVA
  • Simone Korn Programa de Pós-Graduação Lato-Sensu em Obesidade e Emagrecimento da Universidade Gama Filho - UGF. Graduada em Educação Fí­sica UDESC; Especialista em Gerontologia e Atividade Fí­sica e Saúde pela UFSC
  • Rafaela Liberali Programa de Pós-Graduação Lato-Sensu em Obesidade e Emagrecimento da Universidade Gama Filho - UGF
Palavras-chave: Circunferência da cintura, Idosas, Obesidade visceral

Resumo

O objetivo deste estudo foi avaliar a circunferência da cintura (CC), de idosas na faixa etária entre 60 e 90 anos, que participam dos Grupos de Ginástica do Programa Viver Ativo, desenvolvido pela Prefeitura Municipal de Florianópolis/SC em varias localidades. A pesquisa caracteriza-se como descritiva. A amostra é composta por 396 idosas, com idade média 66,4 anos. A faixa etária que apresentou maior probabilidade de desenvolver doenças relacionadas com o CC ficou entre 70 e 74 anos (média= 90,12 cm), e a de menor risco foi a com mais de 80 anos (média = 85,88 cm), porém, todas as demais faixas etárias estão classificadas com alto risco (≥88cm). Quanto as Regiões de Florianópolis observa-se que apesar da região do Continente apresentar 22,97% de CC menor que 80 cm, todas as regiões apresentam medidas consideradas de risco moderado (≥80cm), sendo no mínimo 78,02% (Continente) chegando a 94,74% no Leste. Pode-se observar que entre as idosas pesquisadas, nenhuma faixa etária encontra-se dentro do padrão desejável para CC, havendo apenas uma pequena diminuição para as com 80 anos. Com isso conclui-se que todas as faixas merecem atenção quanto ao risco de desenvolver doenças associadas a gordura visceral. A mesma observação se aplica quanto a distribuição desta população, pois todas as regiões onde estão localizados os grupos de ginástica do Programa Viver Ativo, apresentam grande percentual de idosas com CC acima de 80 cm.

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Publicado
2012-01-15
Como Citar
da Rosa, C., Taranto, I. C., Korn, S., & Liberali, R. (2012). Análise da circunferência da cintura das idosas que participam dos grupos de ginástica do programa viver ativo. RBONE - Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento, 2(8). Recuperado de https://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/72
Seção
Artigos Cientí­ficos - Original