Risco de disbiose intestinal em profissionais e acadêmicos da saúde de um município do Estado de São Paulo
Resumo
Naturalmente, o nosso organismo é habitado pela microbiota, sendo esta essencial na maximização da utilização dos nutrientes da dieta. A disbiose é definida como distorções na composição da comunidade bacteriana presente ou homeostase prejudicada, frequentemente associadas com condições de saúde ou doenças. Os acadêmicos e profissionais da área da saúde deveriam ser considerados representantes de hábitos saudáveis e qualidade de vida. Objetivou-se avaliar o risco de disbiose intestinal dos profissionais e acadêmicos da área da saúde de Jundiai e região e identificar a relação das alterações intestinais com a alimentação. O método constitui-se em estudo quantitativo e transversal, com participação de 235 indivíduos entre 18 e 70 anos, de ambos os sexos, profissionais ou acadêmicos da saúde. Aplicou-se um questionário online, por meio de um link de acesso do Google Forms, o qual abordou: informações sociodemográficas, hábitos alimentares, conhecimento sobre microbiota intestinal, sinais/sintomas de disbiose intestinal e um questionário de Hipermeabilidade Intestinal. Foi realizada análise estatística descritiva e teste do qui-quadrado, p<0,05. Nos resultados, verificou-se que 51,92% relataram sintomas que levam a um risco maior de hipermeabilidade, observou-se associação significativa em relação aos sinais e sintomas extraintestinais p<0,0001 e no consumo de 2 vezes ou mais por semana do consumo de alimentos integrais como fator de proteção, enquanto as comidas prontas têm 5,36 vezes chance maior de sinais importantes do que os que não consomem. Concluiu-se que profissionais e acadêmicos da saúde demonstraram dificuldade em manter hábitos alimentares saudáveis e houve associação entre hábito saudável com sintomas de disbiose.
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