Risco de disbiose intestinal em profissionais e acadêmicos da saúde de um município do Estado de São Paulo

  • Cleomar Ana Souza Valentim Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Faculdade de Medicina de Jundiaí-FMJ, Jundiaí-SP, Brasil.
  • Andre Silva Valentim Departamento de Clínica Médica, Docente de Propedêutica Faculdade de Medicina de Jundiaí-FMJ, Jundiaí-SP, Brasil.
  • Marília Jesus Batista Departamento de Saúde Coletiva, Docente do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde, Faculdade de Medicina de Jundiaí-FMJ, Jundiaí-SP, Brasil.
  • Bruna Marcacini Azevedo Nogueira Departamento da Área da Saúde, Docente de Nutrição do Centro Universitário Padre Anchieta, Jundiaí-SP, Brasil.
Palavras-chave: Microbiota intestinal, Alimentação saudável, Estudantes de Ciências da Saúde e Profissionais da Saúde

Resumo

Naturalmente, o nosso organismo é habitado pela microbiota, sendo esta essencial na maximização da utilização dos nutrientes da dieta. A disbiose é definida como distorções na composição da comunidade bacteriana presente ou homeostase prejudicada, frequentemente associadas com condições de saúde ou doenças. Os acadêmicos e profissionais da área da saúde deveriam ser considerados representantes de hábitos saudáveis e qualidade de vida. Objetivou-se avaliar o risco de disbiose intestinal dos profissionais e acadêmicos da área da saúde de Jundiai e região e identificar a relação das alterações intestinais com a alimentação. O método constitui-se em estudo quantitativo e transversal, com participação de 235 indivíduos entre 18 e 70 anos, de ambos os sexos, profissionais ou acadêmicos da saúde. Aplicou-se um questionário online, por meio de um link de acesso do Google Forms, o qual abordou: informações sociodemográficas, hábitos alimentares, conhecimento sobre microbiota intestinal, sinais/sintomas de disbiose intestinal e um questionário de Hipermeabilidade Intestinal. Foi realizada análise estatística descritiva e teste do qui-quadrado, p<0,05. Nos resultados, verificou-se que 51,92% relataram sintomas que levam a um risco maior de hipermeabilidade, observou-se associação significativa em relação aos sinais e sintomas extraintestinais p<0,0001 e no consumo de 2 vezes ou mais por semana do consumo de alimentos integrais como fator de proteção, enquanto as comidas prontas têm 5,36 vezes chance maior de sinais importantes do que os que não consomem. Concluiu-se que profissionais e acadêmicos da saúde demonstraram dificuldade em manter hábitos alimentares saudáveis e houve associação entre hábito saudável com sintomas de disbiose. 

Referências

-Abran. Associação Brasileira de Nutrologia - Posicionamento da ABRAN sobre o uso de probióticos. 2019.

-Alves, B.K.R.B.; Santos, L.C.; Sousa, P.V.L.; Santos, G.M.; Barros, N.V.A. Prevalência de sinais e sintomas sugestivos de disbiose intestinal em acadêmicos de uma instituição de ensino superior. Revista Brasileira Obesidade Nutrição e Emagrecimento. São Paulo. Vol. 14. Num. 87. 2023. p. 588-597.

-Brett, B.E.; Weerth, C. The microbiota-gut-brain axis: A promising avenue to foster healthy developmental outcomes. Developmental Psychobiology. Vol. 61. Num. 5. 2019. p. 772-782.

-Dagostin, C.T.; Rigo, F.K.; Damázio, L.S. Associação entre alimentação vegetariana e a prevenção do câncer colorretal: uma revisão de literatura. Revista Contexto & Saúde. Vol. 19. Num. 37. 2019. p. 44-51. doi 10.21527/2176-7114.

-Filippo, C.; Cavalieri, D.; Di Paola, M.; Ramazzotti, M.; Poullet, J.B.; Massart, S. Impact of diet in shaping gut microbiota revealed by a comparative study in children from Europe and rural Africa. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America. Vol. 107. Núm. 33. 2010. p. 14691-14696. doi 10.1073/pnas.1005963107.

-Di Tommaso, N.; Gasbarrini, A.; Ponziani, F R. Intestinal Barrier in Human Health and Disease. International Journal of Environmental Research and Public Health. Vol. 18. Núm. 23. p. 12836. 2021. doi 10.3390/ijerph182312836.

-Dong, T S. ; Gupta, A. Influence of Early Life, Diet, and the Environment on the Microbiome. Clinical Gastroenterology and Hepatology: The Official Clinical Practice Journal of the American Gastroenterological Association. Vol. 17. Núm. 2. 2019. p. 231-242. doi 10.1016/j.cgh.2018.08.067.

-Dupont, H.L.; Jiang, Z.D.; Dupont, A.W.; Utay NS. The intestinal microbiome in human health and disease. Transactions of the American Clinical and Climatological Association. Vol. 131. 2020. p. 178-197.

-Endalifer, M. L. ; Diress, G. Epidemiology, Predisposing Factors, Biomarkers, and Prevention Mechanism of Obesity: A Systematic Review. Journal of Obesity. Vol. 2020. p. 6134362. doi 10.1155/2020/6134362.

-Galdino, J.J.; Oselame, G.B.; Oselame, C.D.S.; Neves, E.B. Questionário de rastreamento metabólico voltado a disbiose intestinal em profissionais de Enfermagem. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento. São Paulo. Vol. 10. Núm. 57. 2016. p. 117-122.

-Gebrayel, P.; Nicco, C.; Khodor, S.A.I.; Bilinski, J.; Caselli. E.; Comelli, E.M.; Markus, E.; Giaroni, C. Microbiota medicine: towards clinical revolution. Journal of Translational Medicine. Num. 111. 2022. https://doi.org/10.1186/s12967-022-03296-9.

-Gomaa, E.Z. Human gut microbiota/microbiome in health and diseases: a review. Antonie Van Leeuwenhoek. Vol. 113. Num. 12. 2020. p. 2019-2040. doi 10.1007/s10482-020-01474-7.

-Hawrelak, J.A.; Myers, S.P. The causes of intestinal dysbiosis: a review. Alternive Medicine Review. Vol. 9. Num. 2. 2004. p. 180-197.

-Jandhyala, S. M.; Talukdar, R.; Subramanyam, C.; Vuyyuru, H.; Sasikala, M.; Reddy, D.N. Role of the normal gut microbiota. World Journal of Gastroenterology. Vol. 21. Num. 29. 2015. p. 8787-8803. doi 10.3748/wjg.v21.i29.8787.

-Lipsky, E. Digestive Wellness KP. Questionário de Hipermeabilidade Intestinal - Centro Brasileiro de Nutrição Funcional. 2000.

-Mayer, E.A.; Ryu, H.J.; Bhatt, Ravi. R. The neurobiology of irritable bowel syndrome. Molecular Psychiatry. Vol. 28. Num. 4. 2023. p. 1451-1465. doi 10.1038/s41380-023-01972-w.

-Melo, B.R.C.; Oliveira, R.S.B. Prevalência de disbiose intestinal e sua relação com doenças crônicas não transmissíveis em estudantes de uma Instituição de Ensino Superior de Fortaleza-CE. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento. São Paulo. Vol. 12. Núm. 74. 2018. p. 767-775.

-Morales, J.S.; Valenzuela, P.L.; Castillo-García, A.; Butragueño, J.; Jiménez-Pavón, D.; Carrera-Bastos, P. The Exposome and Immune Health inTimes of the COVID-19 Pandemic. Nutrients. Vol. 14. Num. 1. 2022. p. 24. doi 10.3390/nu14010024.

-Olaimat, A.N.; Aolymat, I.; Al-Holy, M.; Ayyash, M.; Abu Ghoush, M.; Al-Nabulsi, A.A. The potential application of probiotics and prebiotics for the prevention and treatment of COVID-19. npj Science of Food. Vol. 4. Num. 1. 2020. p. 17. doi 10.1038/s41538-020-00078-9.

-Rinninella, E.; Cintoni, M.; Raoul, P.; Lpetuso, L.R.; Scaldaferri, F.; Pulcini, G. Food Components and Dietary Habits: Keys for a Healthy Gut Microbiota Composition. Nutrients. Vol. 11. Num. 10. 2019. p. 2393. doi 10.3390/nu11102393.

-Rinninella, E.; Raoul, P.; Cintoni, M.; Franceschi, F.; Miggiano, G.A.D.; Gasbarrini, A. What is the Healthy Gut Microbiota Composition? A Changing Ecosystem across Age, Environment, Diet, and Diseases. Microorganisms. Vol. 7. Num. 1. 2019. p. 14. doi 10.3390/microorganisms7010014.

-Russell, W.R.; Gratz, S.W.; Duncan, S.H.; Holtrop, G.; Ince, J.; Scobbie, L. High-protein, reduced-carbohydrate weight-loss diets promote metabolite profiles likely to be detrimental to colonic health. The American Journal of Clinical Nutrition. Vol. 93. Num. 5. 2011. p. 1062-1072. doi 10.3945/ajcn.110.002188.

-Santos Júnior, J.C.C.; Izabel, T.S.S. Microbiota oral e sua implicação no binômio saúde-doença. Revista Contexto & Saúde. Vol. 19. Num. 36. 2019. p. 91-99. https://doi.org/10.21527/2176-7114.2019.36.91-99

-Silva, M.P.; Santana, R.A.; Santos, V.M.; Damasceno, M.C.M.; Nascimento, D.V.G.; Silva, B.N.; Orange, l.G.; Andrade, M.I.S.; Lima, C.R. Prevalence of food and/or environmental hypersensitivity and signs and symptoms of intestinal dysbiosis in nutrition students from a university center in the Brazilian Northeast. Brazilian Journal of Development. Vol. 6. Num. 4. 2020. p. 20514–20527. doi: 10.34117/bjdv6n4-286.

-Singh, R.K.; Chang, H.W.; Yan, D.; Lee, K.M.; Ucmak, D.; Wong, K. Influence of diet on the gut microbiome and implications for human health. Journal of Translational Medicine. Vol. 15. Num. 1. 2017. p. 73. doi 10.1186/s12967-017-1175-y.

-Valdes, A.M.; Walter, J.; Segal, E.; Spector, T.D. Role of the gut microbiota in nutrition and health. BMJ. Vol. 361. 2018. p. k2179. doi 10.1136/bmj.k2179.

-Veronese, N.; Solmi, M.; Caruso, M.G.; Giannelli, G.; Osella, A.R.; Evangelou, E. Dietary fiber and health outcomes: an umbrella review of systematic reviews and meta-analyses. The American Journal of Clinical Nutrition. Vol. 107. Num. 3. 2018. p. 436-444. doi 10.1093/ajcn/nqx082.

-Zhang, P. Influence of Foods and Nutrition on the Gut Microbiome and Implications for Intestinal Health. International Journal of Molecular Sciences. Vol. 23. Num. 17. 2022. p. 9588. doi 10.3390/ijms23179588.

Publicado
2024-06-20
Como Citar
Valentim, C. A. S., Valentim, A. S., Batista, M. J., & Nogueira, B. M. A. (2024). Risco de disbiose intestinal em profissionais e acadêmicos da saúde de um município do Estado de São Paulo. RBONE - Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento, 18(114), 608-619. Recuperado de https://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/2442
Seção
Artigos Cientí­ficos - Original