Comer intuitivo e a apreciação corporal: Um estudo transversal em universitárias do estado de Minas Gerais
Resumo
Introdução: A alimentação intuitiva se baseia nos sinais fisiológicos para saber o que, quando e quanto comer. Essa abordagem é baseada em 10 princípios que buscam o respeito aos sinais internos de fome e saciedade, em vez de alimentar-se de acordo com alterações situacionais e emocionais. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo avaliar a correlação entre o comer intuitivo e a apreciação corporal em jovens universitárias do estado de Minas Gerais. Materiais e Métodos: A pesquisa foi um estudo transversal com delineamento quantitativo, com a aplicação de três questionários, respondidos por mulheres universitárias de 18 a 35 anos do estado de Minas Gerais. Os dados referentes às características sociais, demográficas, de comportamento alimentar e imagem corporal foram obtidos através dos questionários: Formulário previamente criado para classificação sociodemográfica, Intuitive Eating Scale - 2 (IES - 2) e Body Appreciation Scale – 2 (BAS - 2), nas versões validadas em português. Resultados: Os achados demonstraram que, os indivíduos com maior IMC, apresentam menor apreciação corporal e menores níveis de alimentação intuitiva. Além disso, o comer intuitivo e a apreciação corporal demonstraram associação positiva entre si, indicando que quanto maior a apreciação corporal, mais intuitivamente o indivíduo tende a se alimentar. Conclusão: Conclui-se que, indivíduos que praticam o comer intuitivo tendem a apresentar maiores índices de apreciação corporal e menor IMC.
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