Circunferência do pescoço e sua relação com indicadores antropométricos convencionais e não convencionais de risco cardiovascular e estado nutricional em idosos da comunidade
Resumo
Objetivo: Verificar a relação entre a circunferência do pescoço e indicadores antropométricos convencionais e não convencionais de risco cardiovascular e estado nutricional em idosos da comunidade. Materiais e Métodos: Estudo transversal com idosos da comunidade (≥ 60 anos de idade) atendidos na atenção básica do município de Doutor Ricardo-RS. A coleta de dados ocorreu de julho a novembro de 2019. Foram avaliadas as variáveis sociodemográficas; estilo de vida; doenças crônicas não transmissíveis; comorbidades; indicadores convencionais de risco cardiovascular (índice de massa corporal; percentual de gordura corporal e circunferência da cintura) e indicadores não convencionais de risco cardiovascular (circunferência do pescoço, razão cintura-estatura e índice de conicidade). Resultado: Participaram 44 idosos com idade média de 71,27±8,57 anos. As maiores médias da circunferência do pescoço foram associadas com sobrepeso (p=0,020); risco cardiovascular muito elevado (p=0,024), percentual de gordura (p=0,017), razão cintura-estatura (p=0,036) e índice de conicidade, respectivamente inadequados (p=0,003). A inadequação da circunferência do pescoço associou-se com a inadequação do estado nutricional (p=0,009); da circunferência da cintura (p=0,002) e razão cintura-estatura (p=0,036). Discussão: Maior circunferência do pescoço correlaciona-se positivamente com o aumento de risco cardiometabólico e sobrepeso em idosos. Conclusão: A circunferência do pescoço associou-se com os indicadores antropométricos convencionais e não convencionais para risco cardiovascular e com o estado nutricional.
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