Compreendendo a pregorexia e a influência dos transtornos alimentares na gestação

  • Suellen Marques Pereira Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil.
  • Ana Paula Rocha de Melo Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil.
  • Raquel Araújo de Santana Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil.
  • Andrea Cristina Cosme de Amorim Saraiva Consultório de nutrição materno-infantil, Recife, Pernambuco, Brasil.
  • Marcele Mariah Torres dos Santos Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil.
  • Maria Victoria Santana da Costa Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil.
  • Carmem Lygia Burgos Ambrósio Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil.

Resumen

A gravidez é um período de diversas mudanças, onde muitas mulheres têm dificuldades em lidar com as emoções inerentes ao seu estado e, somados a comportamentos alimentares inadequados, podem evoluir para o desenvolvimento de transtornos alimentares (TA), que na gestação são reunidos sob o termo pregorexia. A presença deste conjunto de problemas interfere na saúde da mulher e do bebê no período pré e pós-natal. Sendo assim, este trabalho teve como objetivo averiguar o comportamento alimentar de gestantes atendidas em um consultório de nutrição materno-infantil em Recife-PE. Na coleta de dados primários, durante a consulta, as gestantes responderam ao Teste de Atitude Alimentar 26 (Eating Attitudes Test 26 - EAT 26), questionário de dados socioeconômicos e antropométricos. Já os dados secundários consistiram nos resultados de exames bioquímicos provenientes dos prontuários das pacientes. Participaram da pesquisa 19 gestantes sem diagnóstico de TA, porém, 10,5% obtiveram pontuação sugestiva de transtorno. Quanto ao estado nutricional, a maioria possuía IMC adequado no período pré-gestacional (63,2%) e gestacional (47,4%) e algumas apresentaram alterações nos resultados bioquímicos. Sobre os dados socioeconômicos, a maioria tinha ensino superior completo (94,7%) e renda familiar igual ou superior a 5 salários-mínimos (94,7%), eram primíparas (87,5%) com idade entre 30-39 anos (89,5%) e com rede de apoio no puerpério (94,7%). Assim, a presente pesquisa constatou a presença de comportamento alimentar de risco de pregorexia, apesar de a maioria das gestantes ter apresentado um estado nutricional adequado.

Biografía del autor/a

Suellen Marques Pereira, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil.

FORMAÇÃO:
- Nutrição (UFPE)
- Pós-graduação em Avaliação Nutricional e Bioquímica, Nutrição e Nutrição Clínica (UNINASSAU)
- Mestranda em Saúde da Criança e do Adolescente (CCM-UFPE)
- Consultora de amamentação

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL:
- Atendimento nutricional e de consultoria de amamentação tanto online quanto presencial em Recife-PE
- Nutricionista colaboradora no Grupo de Estudos Integrados sobre Comportamento Alimentar (GEICA) do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
- Foi nutricionista colaboradora do Projeto de Extensão SEANUTRI do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com atendimento gratuito para a comunidade no Serviço-Escola de Atendimento Nutricional Emília Aureliano.

ÁREAS DE INTERESSE:
- Nutrição clínica
- Nutrição materno-infantil
- Nutrição em saúde da mulher

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Publicado
2024-12-29
Cómo citar
Pereira, S. M., Melo, A. P. R. de, Santana, R. A. de, Saraiva, A. C. C. de A., Santos, M. M. T. dos, Costa, M. V. S. da, & Ambrósio, C. L. B. (2024). Compreendendo a pregorexia e a influência dos transtornos alimentares na gestação. Revista Brasileña De Obesidad, Nutrición Y Pérdida De Peso, 18(116), 1069-1077. Recuperado a partir de https://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/2540
Sección
Artículos Científicos - Original