Perfil antropométrico e risco cardiovascular em pessoas com hipertensão: impacto das orientações nutricionais

  • Giovanna Camile Vaz Gonçalves Universidade Estadual do Centro-Oeste, Guarapuava, Brasil.
  • Nilciane Taques Universidade Estadual do Centro-Oeste, Guarapuava, Brasil.
  • Caryna Eurich Mazur Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Francisco Beltrão, Brasil.
  • Catiuscie Cabreira da Silva Tortorella Universidade Estadual do Centro-Oeste, Guarapuava, Brasil.
  • Karolyne Kruger Carvalho Eing Universidade Estadual do Centro-Oeste, Guarapuava, Brasil.
  • Nancy Sayuri Uchida Universidade Estadual do Centro-Oeste, Guarapuava, Brasil.
Palavras-chave: Atenção primária à saúde, Educação nutricional, Hábitos alimentares.

Resumo

A transição nutricional tem se inferido no aumento da adiposidade corporal, principalmente a central e está associada à prevalência de doenças crônicas não transmissíveis. O objetivo do estudo foi avaliar o estado nutricional e os indicadores de risco para doenças cardiovasculares em hipertensos antes e após orientações nutricionais. Trata-se de um estudo longitudinal, com abordagem comparativa, realizado em uma Unidade Básica de Saúde no período de abril a junho de 2022. Foram realizadas as seguintes medidas antropométricas: peso, altura, circunferência da cintura, pescoço e quadril, posteriormente realizado o cálculo dos índices: relação cintura estatura (RCE), cintura quadril (RCQ), índice de massa corporal (IMC) e índice de conicidade (IC). A orientação nutricional foi elaborada com base na cartilha de Alimentação Cardioprotetora do Ministério da Saúde. A amostra foi composta nove por mulheres. Considerando os valores do IMC, CC e CP mais da metade das participantes foram classificadas em obesidade antes do aconselhamento nutricional e posteriormente notou-se a redução no número da obesidade pelo IMC, em relação a CC 11,1% passou de obesidade III para obesidade I e em relação à RCE 22,2% saíram da classificação de risco para DCV. Após as atividades de aconselhamento nutricional com base na cartilha de alimentação cardioprotetora, nota-se uma melhora nos fatores modificáveis para o risco de doenças cardiovasculares, apoiando assim a necessidade de realizar atividades de promoção da alimentação adequada e saudável no âmbito de saúde pública.

Referências

-Adegoke, O.; Ozoh, O.B.; Odeniyi, I.A.; Bello, B.T.; Akinkugbe, A.O.; Ojo, O.O.; Osigwe, P.; Agabi & Njideka, U. Okubadejo Prevalence of obesity and an interrogation of the correlation between anthropometric índices and blood pressures in urban Lagos, Nigeria. Sci Rep. Vol. 11. Num.1. 2021. p.3522.

-Ashwell, M.; Gibson, S. Waist to height ratio is a simple and effective obesity screening tool for cardiovascular risk factors: Analysis of data from the British National Diet and Nutrition Survey of adults aged 19-64 years. Obes Facts. Vol. 2. Num. 2. 2009. p. 97-103.

-Barros, D.M.; Silva, A.P.F.; Moura, D.F.; Barros, M.V.C.; Pereira, A.B.S.; Melo, M.A.; Silva, A.L.B.; Rocha, T.A.; Ferreira, S.A.O.; Siqueira, T.T.A.; Carvalho, M.F.; Freitas, T.S.; Leite, D.R.S.; Melo, N.S.; Alves, T.M.; Barbosa, T.S.L.; Santos, J.S.S.; Costa, M.P.; Diniz, M.A.; Fonte, R.A.B. A influência da transição alimentar e nutricional sobre o aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis. Brazilian Journal of Development. Vol. 7. Num. 7. 2021. p. p. 74647-74664.

-Bechthold, A.; Boeing, H.; Schwedhelm, C.; Hoffmann, G.; Knüppel, S.; Iqbal, K.; Henauw, S.; Michels, N.; Devleesschauwer, B.; Schlesinger, S.; Schwingshackl, L. Food groups and risk of coronary heart disease, stroke and heart failure: A systematic review and dose-response meta-analysis of prospective studies. Crit Rev Food Sci Nutr. Vol. 59. Num. 7. 2019. p.1071-1090.

-Bem, N.L.; Laor, A. Relationship of neck circumference to cardiovascular risk factors. Obesity research. Vol. 11. Num. 2. 2003. p.226-231.

-Borsato, M.P.; Fassina, P. Relação entre estado nutricional, consumo alimentar e risco cardiovascular em adolescentes de um município do Rio Grande do Sul. Disciplinarum Scientia. Vol. 21. Num. 2. 2020. p. 177-193.

-Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica. Brasília - DF: Ministério da Saúde. 2014.

-Brasil. Alimentação Cardioprotetora: manual de orientações para os profissionais de saúde da Atenção Básica / Ministério da Saúde, Hospital do Coração. Brasília-DF. Ministério da Saúde. 2018. p.138.

-Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Situação de hipertensão e diabetes no Brasil. Brasília-DF. 2020.

-Bray, G.A. Classification and evaluation of the obesities. The Medical Clinics of North America. Vol. 73. Num.1. 1989. p.161-184.

-Callaway, C.W.; e colaboradores. Circumferences. In: Lohman TG, Roche AF, Martorell R, editors. Anthropometric standardization reference manual. Champaign: Human Kinetics Books. p. 44-5. 1991.

-Cobo, B.; Cruz, C.; Dick, P. Desigualdades de gênero e raciais no acesso e uso dos serviços de atenção primária à saúde no Brasil. Ciências e saúde coletiva. Vol. 26. Num. 9. 2021.

-Ferrannini, E.; Sironi, A.M.; Lozzo, P.; Gastaldelli, A. Adiposidade intra-abdominal, obesidade abdominal e risco cardiometabólico, European Heart Journal Supplements. Vol.10. Num.1. 2008. p. 4-10.

-Ferreira, I.R.P.; Azevedo, L.S.; Dillon, N.M.; Souza, M.M.; Gouveia, L.F.S; Sacramento, R.C.; Pimentel, H.J.S.; Nunes, R.B.T.; Coelho, L.A.C.; Santos, G.Z.; Borborema, A.L.P.; Soares, F.C.; Vasconcelos, L.A. Situational strategic planning focusing on hypertension and diabetes in the family health strategy. Research, Society And Development. Vol. 9. Num. 8. 2020. p.1-11.

-IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa nacional de saúde: 2019: informações sobre domicílios, acesso e utilização dos serviços de saúde: Brasil, grandes regiões e unidades da federação. Coordenação de Trabalho e Rendimento. Rio de Janeiro: IBGE. 2020. 85p.

-Koning, L.; MerchanT, J.P.; Sonia, A.S. Circunferência da cintura e relação cintura quadril como preditores de eventos cardiovasculares: análise de meta-regressão de estudos prospectivos. European Heart Journal. Vol. 28. Num. 7. 2007. p.850- 856.

-Lima, E.R.; Barros, A.R.C.; Oliveira, C.A.N. Percepção dos clientes hipertensos acerca das complicações da Hipertensão Arterial Sistêmica. Revista Interfaces: Saúde, Humanas e Tecnologia. Vol. 2. Num. 5. 2014. p.1-9.

-Meredith, A.H.; Schmelz, A.N.; Dawkins, E.; Carter, A. Group education program for hypertension control. J Clin Hypertens (Greenwich). Vol. 22. Num. 11. 2020. p.2146-2151.

-Milagres, L.C.; Martinho, K.O.; Milagres, D.C.; Franco, F.S.; Ribeiro, A.Q.; Novaes; J.F. Waist-toheight ratio and the conicity index are associated to cardiometabolic risk factors in the elderly population. Ciência e Saúde Coletiva. Vol. 24. Num. 4. 2019. p.1451-1461.

-Oliveira, G.M.M.; Brant, L.C.C.; Polanczyk, C.A.; Biolo, A.; Nascimento,B.R.; Malta,D.C.; Souza, M.F.M.; Soares, G.P.; Junior, G.F.X.; Machline-Carrion, M.J.; Bittencourt, M.S.; Pontes-Neto, O. M.; Silvestre, O.M.; Teixeira, A.; Sampaio, R. O.; Gaziano, T. A.; Roth, G. A.; Ribeiro, A.L.P. Estatística Cardiovascular-Brasil 2020. Sociedade Brasileira de Cardiologia. Vol. 115. Num.3. 2020. p.308-349.

-Pitanga, F.J.G.; Ines, L. Sensibilidade e especificidade do índice de conicidade como discriminador do risco coronariano de adultos em salvador, Brasil. Revista Brasileira De Epidemiologia. Vol. 7. Num. 3. 2004. p. 259-269.

-Pohl, H.H.; Arnold, E.F.; Dummel, K.L.; Cerentini, T.M.; Reuter, E.M.; Reckziegel, M.B. Indicadores antropométricos e fatores de risco cardiovascular em trabalhadores rurais. Rev Bras Med Esporte. Vol. 24. Num.1. 2018. p.64-68.

-Simões, C.G.J.; Leite, R.G.O.F.; Banzato, L.R.; Nunes-Nogueira, V.D.S. Effectiveness of Strategies for Nutritional Therapy for Patients with Type 2 Diabetes and/or Hypertension in Primary Care: A Systematic Review and Meta-Analysis. Int J Environ Res Public Health. Vol. 9. Num.7. 2022. p.4243.

-Silva, D.C.; Rocha, F.A.; Lania, M.B.; Baldin, A.D.; Machado, J.F. Estratégias nutricionais diante de uma investigação de riscos coronarianos por meio de medidas antropométricas em indivíduos com excesso de peso. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento. São Paulo. Vol.13. Num. 82. 2020. p.950-959.

-Sousa, N.C.; Marques, F.R.D.M.; Pires, G.A.R.; Scardoelli, M.G.D.C.; Rêgo, A.D.S.; Radovanovic, C.A.T.; Salci, M.A. Conicity index in people with hypertension followed in the Brazil’s Family Health Strategy. Rev Bras Enferm. Vol.73. Num. 5. 2019. p.1-8.

-Uarthe, B.M.; Pretto, A.D.B.; Massaut, K.B.; Colvara, Y.P.; Deniz, M.A.; Pacheco, F.B.; Moreira, N.A. Avaliação do índice de conicidade como preditor de risco cardiometabólico e suas associações em pacientes adultos submetidos a atendimento ambulatorial no Sul do Brasil. Semina: Ciências Biológicas e da saúde. Vol. 40. Num. 2. 2019. p.157-172.

-World Obesity Federation. World Obesity Atlas 2022. London: World Obesity Federation. World Health Organization. Vol. 4. Num.2. 2022. p. 1-289.

-WHO. World Health Organization. Physical status the use and interpretation of anthropometrics. Report of a World Health Organization. Expert Committee. WHO. Tech Rep Ser. 1998.

-Wu, L.; Zhu, W.; Qiaq, Q.; Huang, L.; Li, Y.; Chen, L. Índices antropométricos novos e tradicionais para identificar a síndrome metabólica em adultos sem sobrepeso/obesos. Nutr. Metab. Vol.18. Num.3. 2021.

Publicado
2025-01-28
Como Citar
Gonçalves, G. C. V., Taques, N., Mazur, C. E., Tortorella, C. C. da S., Eing, K. K. C., & Uchida, N. S. (2025). Perfil antropométrico e risco cardiovascular em pessoas com hipertensão: impacto das orientações nutricionais. RBONE - Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento, 18(117), 1234-1242. Recuperado de https://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/2607
Seção
Artigos Cientí­ficos - Original