Características maternais e desfechos perinatais associados à triagem de diabetes gestacional
Resumo
Introdução e objetivo: O Diabetes Gestacional (DG) pode levar a diversos resultados adversos para a mãe e o feto. Portanto, este estudo tem como objetivo descrever os fatores de risco e os resultados em gestantes associados à triagem de DG. Materiais e métodos: Este estudo retrospectivo foi conduzido com 283 gestantes em um Hospital Universitário do Sul do Brasil. Os dados da triagem de DG, incluindo testes de glicemia em jejum e Teste de Tolerância à Glicose Oral (TTGO), foram coletados da carteira da gestante. Informações relacionadas aos desfechos maternos e perinatais, bem como o status socioeconômico das gestantes, também foram coletadas. Resultados: A taxa de triagem positiva para DG em mulheres no pós-parto foi de 25,2%, considerando apenas a glicemia em jejum. No entanto, aumentou para 86,4% quando considerados a glicemia em jejum e a presença de fatores de risco. Não houve associação significativa entre triagem positiva para DG e desfechos maternos e perinatais, nem com o status socioeconômico. Entretanto, níveis de glicemia em jejum ≥85 mg/dL foram associados a um maior risco de parto cesárea e outras complicações fetais, como hipoglicemia, peso inadequado do recém-nascido e idade gestacional inferior a 37 semanas ao nascimento. Além disso, a triagem de DG foi significativamente associada ao desfecho de pré-eclâmpsia. Conclusão: Os resultados do estudo indicam que a triagem positiva para DG está associada a um maior risco de parto cesárea, pré-eclâmpsia e outras complicações fetais.
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