Comer intuitivo e a apreciação corporal: Um estudo transversal em universitárias do estado de Minas Gerais

  • Beatriz Pardal de Matos Departamento de Nutrição, Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil.
  • Natalia Christinne Ferreira de Oliveira Faculdade de Educação Física e Desportos, Programa de Pós-graduação em Educação Física, Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil.
  • Tassiana Aparecida Hudson Faculdade de Educação Física e Desportos, Programa de Pós-graduação em Educação Física, Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil.
  • Maria Elisa Caputo Ferreira Faculdade de Educação Física e Desportos, Programa de Pós-graduação em Educação Física, Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil.
  • Júlia Loth Costa Faculdade de Educação Física e Desportos, Programa de Pós-graduação em Educação Física, Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil.
  • Larissa Cristina Ramos Pereira Faculdade de Educação Física e Desportos, Programa de Pós-graduação em Educação Física, Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil.
  • Clara Mockdece Neves Faculdade de Educação Física e Desportos, Programa de Pós-graduação em Educação Física, Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil.
Palavras-chave: Mulheres, Imagem Corporal, Comer Intuitivo, Comportamento Alimentar

Resumo

Introdução: A alimentação intuitiva se baseia nos sinais fisiológicos para saber o que, quando e quanto comer. Essa abordagem é baseada em 10 princípios que buscam o respeito aos sinais internos de fome e saciedade, em vez de alimentar-se de acordo com alterações situacionais e emocionais. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo avaliar a correlação entre o comer intuitivo e a apreciação corporal em jovens universitárias do estado de Minas Gerais. Materiais e Métodos: A pesquisa foi um estudo transversal com delineamento quantitativo, com a aplicação de três questionários, respondidos por mulheres universitárias de 18 a 35 anos do estado de Minas Gerais. Os dados referentes às características sociais, demográficas, de comportamento alimentar e imagem corporal foram obtidos através dos questionários: Formulário previamente criado para classificação sociodemográfica, Intuitive Eating Scale - 2 (IES - 2) e Body Appreciation Scale – 2 (BAS - 2), nas versões validadas em português. Resultados: Os achados demonstraram que, os indivíduos com maior IMC, apresentam menor apreciação corporal e menores níveis de alimentação intuitiva. Além disso, o comer intuitivo e a apreciação corporal demonstraram associação positiva entre si, indicando que quanto maior a apreciação corporal, mais intuitivamente o indivíduo tende a se alimentar. Conclusão: Conclui-se que, indivíduos que praticam o comer intuitivo tendem a apresentar maiores índices de apreciação corporal e menor IMC.

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Publicado
2023-12-22
Como Citar
Matos, B. P. de, Oliveira, N. C. F. de, Hudson, T. A., Ferreira, M. E. C., Costa, J. L., Pereira, L. C. R., & Neves, C. M. (2023). Comer intuitivo e a apreciação corporal: Um estudo transversal em universitárias do estado de Minas Gerais. RBONE - Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento, 17(110), 565-574. Recuperado de https://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/2294
Seção
Artigos Cientí­ficos - Original