Relação do estado nutricional e satisfação com a imagem corporal entre escolares da rede pública de ensino de São Paulo
Resumo
A prevalência de obesidade entre os jovens no Brasil cresceu em 8,99% e com ela, a incidência de distúrbios relacionados à obesidade e imagem corporal que, dependendo do grau de insatisfação, pode afetar aspectos de comportamento alimentar, auto-estima e desempenhos psicossocial, físico e cognitivo. Diante disso, este trabalho tem o propósito de identificaro estado nutricional e relacioná-lo à percepção da imagem corporal de adolescentes da rede pública de ensino de São Paulo. Participaram do estudo 36 adolescentes (18 meninos e 18 meninas) que foram avaliados antropométricamente e classificado o IMC segundo a OMS (1995). Foram utilizados o EEICA e a escala de silhuetas de Kakeshita. Todos os resultados foram analisados segundo IMC e gênero. O questionário não apontou um alto grau de insatisfação (5,56%). Quanto a análise da escala de silhuetas, observamos superestimação de peso, 50% e 46,47% nos eutróficos e naqueles com IMC abaixo do esperado, respectivamente, principalmente no gênero masculino (61,12%), e subestimação dos adolescentes com sobrepeso e obesos, que demonstrou desejo de uma silhueta menor (100%). Dentre os gêneros, as meninas possuem uma visão mais próxima do real (44,44%), porém desejam uma silhueta menor (72,22%) e as considera a ideal (61,12%), enquanto os meninos consideram uma silhueta maior como a ideal (44,44%). Estudos demonstram distorções da percepção real para ambos os sexos, independente da classificação nutricional, demonstrando a importância de se trabalhar o tema desde a infância, evitando a discriminação, os conceitos equivocados e riscos de transtornos alimentares.
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