Alimentos disfuncionais: quando além das calorias vazias existe outro prejuízo adicional à saúde
Resumo
O propósito deste artigo é apresentar uma denominação alternativa para os alimentos industrializados ricos em açúcares refinados, gorduras não saudáveis, sódio e aditivos químicos, uma vez que não estão claras para a população as consequências no longo prazo de sua ingestão. Estes alimentos não só contribuem para o ganho de peso, mas também estão associados a outros efeitos deletérios ao organismo em função da sua composição e presença de aditivos químicos. Uma vez que os consumidores são atraídos por adjetivos que evidenciam potenciais benefícios de alguns alimentos, como a denominação de alimentos funcionais, este artigo sugere o emprego de uma denominação que alerte o consumidor para a necessidade de se evitar ou limitar a ingestão dos alimentos ultraprocessados. No sentido oposto aos alimentos funcionais, este artigo apresenta denominação de alimentos disfuncionais para aqueles alimentos ricos em açúcares refinados, gorduras não saudáveis, sódio e aditivos químicos que, além de não nutrirem o organismo, conferem prejuízos adicionais à saúde.
Referências
-Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 18, de 30 de abril de 1999. Aprova o Regulamento Técnico que estabelece as Diretrizes Básicas para Análise e Comprovação de Propriedades Funcionais e ou de Saúde Alegadas em Rotulagem de Alimentos. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília. 1999.
-Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia Alimentar para a População Brasileira. 2ª edição. Brasília-DF. 2014.
-Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2019: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2019 [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças não Transmissíveis. Brasília. Ministério da Saúde. 2020.
-Chazelas, E.; e colaboradores. Food additives: distribution and co-occurrence in 126,000 food products of the French market. Sci Rep. 2020. p. 1-15.
-Diez-Garcia, R.W. Reflexos da globalização na cultura alimentar: considerações sobre as mudanças na alimentação urbana. Rev. Nutr. Vol. 16. Num. 4. 2003. p. 483-492.
-Diplock, A.T.; Aggett, P.J.; Ashwell, M.; Bornet, F.; Fern, E.B.; Roberfroid, M.B. Scientific concepts of functional foods in Europe: consensus document. British Journal of Nutrition. Vol. 88. Suppl.1. 1999. p. 1-27.
-Fiolet, T.; e colaboradores. Consumption of ultra-processed foods and cancer risk: results from NutriNet-Santé prospective cohort. BMJ. Vol. 360. 2018.
-Fiolet, T.; e colaboradores. Ultra-processed food intake and risk of cardiovascular disease: prospective cohort study (NutriNet-Santé). BMJ. Vol. 365. 2019. p. 1451.
-Lee, D.; Albenberg, L.; Compher, C. et al. Diet in the Pathogenesis and Treatment of Inflammatory Bowel Diseases. Gastroenterology. 2015.
-Lee, D.; e colaboradores Children with Crohn’s Disease Frequently Consume Select Food Additives. Dig Dis Sci. Vol. 63. Num. 10. 2018. p. 2722–2728.
-Manzel, A.; e colaboradores Role of “Western Diet” in Inflammatory Autoimmune Diseases. Curr Allergy Asthma Rep. Vol. 14. Num. 1. 2014 p. 404.
-Marins, B.R.; Araújo, I.S.; Jacob, S.C. A propaganda de alimentos: orientação, ou apenas estímulo ao consumo? Ciência & Saúde Coletiva. Vol. 16. Num.9. 2011. p. 3873-3882.
-Popkin, B. Ultra-processed foods’ impacts on health. 2030 - Food, Agriculture and rural development in Latin America and the Caribbean. Santiago de Chile. FAO. Vol. 34. 2020. p. 1-27.
-Soliah, L.A.L.; Walter, J.M.; Jones, S.A. Benefits and barriers to healthful eating: What are the consequences of decreased food preparation ability? Am J Lifestyle Med. Vol. 6. Num. 2. 2012. p. 152-158.
-Trasande, L.; Shaffer, R.M.; Sathyanarayana, S. Council on Environmental Health. Food Additives and Child Health. Pediatrics. Vol. 142. Num. 2. 2018. p. 1-17.
Copyright (c) 2022 Fabíola Pansani Maniglia
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citaçao do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).