Consumo de alimentos processados e ultraprocessados em pacientes com transtorno do espectro da neuromielite óptica
Resumo
Introdução: O transtorno do Espectro da Neuromielite Óptica (NMOSD) é uma doença inflamatória e autoimune do Sistema Nervoso Central (SNC) que acomete o nervo óptico e a medula espinhal. Objetivo: Avaliar o estado nutricional e o consumo de alimentos processados e ultraprocessados em pacientes com Espectro Neuromielite Óptica (ENMO). Materiais e Métodos: Estudo transversal, de caráter quantitativo, composto por 37 pacientes com ENMO acompanhados pelo Ambulatório de Neurologia especializado de um hospital terciário. Para avaliar o estado nutricional foram mensuradas medidas de altura e peso atual para determinação do Índice de Massa Corporal. O consumo alimentar foi pesquisado por meio de recordatórios de 24 horas. Foi classificado os alimentos conforme o grau de processamento recomendado por Monteiro e Louzada (2015) e do Guia alimentar para população brasileira (2014) em in natura ou minimamente processado, processados e ultraprocessados. Foram averiguadas as médias e desvio padrão (σ) do consumo calórico provenientes de proteínas, carboidratos, gorduras, fibras (g) e grupos do Guia alimentar para população brasileira. Resultados e discussão: o IMC médio foi de 26,58kg/m², com prevalência de excesso de peso na população estudada. Observamos que quanto maior a renda, maior consumo de proteína, gorduras trans e alimentos do grupo in natura. De acordo com a classificação dos grupos, 65,71% oriundo de alimentos in natura ou minimamente processados, 13,15% de alimentos processados e 21,14% de alimentos ultraprocessados. Conclusão: os resultaram expressaram que maior parte do grupo estudado apresentava excesso de peso e alto consumo de alimentos processados e ultraprocessados na dieta de pacientes com EMNO.
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