Fatores associados ao estresse percebido em universitários
Resumo
Introdução: Estudantes universitários lidam diariamente com vários fatores estressores que podem impactar negativamente sua saúde física e mental. Objetivos: Avaliar o estresse percebido em universitários e analisar a relação entre este e estado nutricional, variáveis socioeconômicas e demográficas. Métodos: Trata-se de um estudo observacional do tipo transversal. Participaram 537 estudantes universitários (25,27±7,84 anos) matriculados na Faculdade Barretos, entre os meses de maio de 2015 a junho de 2017. Foram coletadas informações socioeconômicas e demográficas dos participantes. Para a avaliação do estresse percebido foi utilizada a escala Perceived Stress Scale/PSS14. O estado nutricional foi avaliado pelo índice de massa corporal (IMC). As associações de interesse foram estimadas utilizando o teste de Qui-quadrado, considerando-se um nível de significância de 5%. Resultados: A maioria era mulher (62,7%), solteiros (78,4%), com nível econômico B (45,4%), residentes com os pais (72,5%), trabalhadores (80,7%). A prevalência foi de estudantes com excesso de peso (pré-obesidade e obesidade) (48,8%). Dos participantes que apresentaram variação ponderal, 62,2% ganharam peso durante o curso de graduação. Os fatores associados ao estresse percebido em estudantes universitários foram sexo, nível econô´mico, uso de medicações antidepressivas e/ou ansiolíticas, performance no curso e variação de peso. Conclusão: A maioria dos participantes encontra-se com excesso de peso (pré-obesidade e obesidade) e pertence ao grupo de maior estresse, mas neste estudo não encontramos relação entre o estresse percebido em estudantes e o estado nutricional dos mesmos. O estresse percebido foi associado com as variáveis sexo, nível econômico, uso de medicações, performance no curso e variação ponderal.
Referências
-Amaral, A.P.; Silva, C.F. Estado de saúde, stress e desempenho académico numa amostra de estudantes do ensino superior. Revista Portuguesa de Pedagogia. Vol. 42. Num. 1. 2008.
-Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP). Critério Brasil 2015 e atualização da distribuição de classes para 2016. Critério de classificação econômica Brasil. 2016. p. 1-6.
-Borges, C.; Filho, D.O.L. Hábitos alimentares dos estudantes universitários: um estudo qualitativo. Seminários de Administração Markting. 2004.
-Delara, M.; Woodgate, R.L. Psychological distress and its correlates among university students: A Cross-Sectional Study. Journal of Pediatric and Adolescent Gynecology. Vol. 28. Num. 4. 2015. p. 240-244.
-Dias, J.; e colaboradores. Escala de estresse percebido aplicada a estudantes universitárias: estudo de validação. Psychology, Community & Health. Vol. 4. Num. 1. 2015. p. 1-13.
-El Ansari, W.; Haghgoo, G. Are students’ symptoms and health complaints associated with perceived stress at university? Perspectives from the United Kingdom and Egypt. International Journal of Environmental Research and Public Health. Vol. 11. Num. 10. 2014. p. 9981-10002.
-Larcombe, W.; e colaboradores. Prevalence and socio-demographic correlates of psychological distress among students at an Australian university. Studies in Higher Education. 2016.
-Lee, Y.C.; Chien, K.L.; Chen, H.H. Lifestyle risk factors associated with fatique in graduate students. Journal of the Formosan Medical Association. Vol. 106. Num. 7. 2007. p. 565-572.
-Nyer, M.; e colaboradores. Relationship between sleep disturbance and depression, anxiety, and functioning in college students. Depression and Anxiety. Vol. 30. Num. 9. 2013. p. 873-880.
-Onis, M.; e colaboradores. Development of a WHO growth reference for school-aged children and adolescents. Bulletin of the World Health Organization. 2007.
-Penaforte, F.R.; Matta, N.C.; Japur, C.C. Associação entre estresse e comportamento alimentar em estudantes universitários. DEMETRA: Alimentação, Nutrição & Saúde. Vol. 11. Num. 1. 2016. p. 225-237.
-Shah, M.; e colaboradores. Perceived stress, sourcesand severity of stress among medical undergraduates in a Pakistani medical school. BMC Medical Education. Vol. 10. Num. 2. 2010. p. 1-8.
-Silva, W.R.; e colaboradores. Fatores que contribuem para preocupação com a imagem corporal de estudantes universitárias. Revista Brasileira de Epidemiologia. Vol. 18. Num. 4. 2015. p. 785-797.
-Singleton, R.A.; Wolfson, A.R. Alcohol consumption, sleep, and academic performance among college students. Journal of Studies on Alcohol and Drugs. Vol. 70. Num. 3. 2009. p. 355-363.
-Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico (VIGITEL). Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigitel Brasil. 2014.
-Waqas, A.; e colaboradores. Association of academic stress with sleeping difficulties in medical students of a Pakistani medical school: A cross sectional survey. PeerJ. Vol. 3. 2015. p. e840.
-World Health Organization (WHO). Obesity: preventing and managing the global epidemic: Report of a WHO Consulation. WHO Technical Report Series 894. Geneva. 2000.
Copyright (c) 2020 Ulysses Alahmar, Mariana dos Santos Murra, Bruna Menegassi, Maria Claudia Bernardes Spexoto

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citaçao do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).