Tempo de tela e estado nutricional de escolares da cidade de Suzano-SP
Resumo
Além de dietas hipercalóricas a utilização excessiva de tecnologia tem contribuído para o excesso de peso na infância. Isto porque, normalmente, seus usuários permanecem muito tempo sentados ou deitados, durante sua utilização, contribuindo para uma redução do gasto energético e, consequentemente, para o aumento da adiposidade corporal. O objetivo deste estudo foi verificar o tempo de tela associado ao estado nutricional de escolares matriculados no 1º ano do ensino fundamental da cidade de Suzano-SP. Foram verificadas as variáveis antropométricas estatura (cm), peso corporal (kg), Índice de Massa Corporal (IMC; kg/m2) e tempo de tela (h). A análise estatística foi realizada com o software Biostat 5.3. Os resultados foram apresentados em média, desvio padrão, frequência absoluta e relativa simples, sendo considerado um nível de significância de 5% (p≤ 0,05). Nas meninas houve maior prevalência de sobrepeso (39,53%), já a obesidade se mostrou superior nos meninos (14,1%). Sobre o tempo de tela 26,92% dos meninos ultrapassam a recomendação diária de 2 horas, enquanto nas meninas este valor foi de 11,62 %. Não houve correlação entre IMC e o tempo de tela dos meninos (r=0,0226), entretanto para as meninas foi possível observar uma correlação fraca entre essas variáveis (r=0,3753). Enfim, houve maior prevalência de excesso de peso no sexo feminino e obesidade no sexo masculino. Uma parcela representativa dos escolares, sobretudo os meninos, utilizam mais de duas horas diárias de tela. Visualizamos uma correlação fraca entre tempo de tela e IMC para o sexo feminino.
Referências
-Andreoli, A.; Melchiorri, G.; De Lorenzo, A.; Caruso, I.; Sinibaldi Salimei, P.; Guerrisi, M. Bioelectrical impedance measures in different position and vs dual-energy X-ray absorptiometry (DXA). Journal of sports medicine and physical fitness. Vol. 42. Num. 2. 2002. p. 186-9.
-Currie, C.; Zanotti, C.; Morgan, A.; Currie, D.; De Looze, M.; Roberts, C. Social determinants of health and well-being among young people.Health Behaviour in School-aged Children (HBSC) study: international report from the 2009/2010 survey. Copenhagen. WHO. Vol. 2010. 2009. p. 271.
-Das,P.;Zhu, M. O.;McLaughlin, L.;Bilgrami, Z.;Milanaik, R.L. Augmented reality video games: New possibilities and implications for children and adolescents. Multimodal Technologies and Interaction. Vol. 1. Num. 2. 2017. p. 8.
-Felippe, F.; Santos, A.M. Novas demandas profissionais: obesidade em foco. Revista da ADPPUCRS. Vol. 5. Num. 1. 2004. p. 63-70.
-Ferrari, T.K.; Ferrari, G.L.M.; Da Silva Júnior, J.P.; Da Silva, L.J.; Oliveira, L.C.; Matsudo, V.K.R. Modifications of adiposity in school-age children according to nutritional status: a 20-year analysis. Jornal de pediatria. Vol. 88. Num. 3. 2012. p. 239-45.
-Guinhouuya, B.C. Physical activity in the prevention of childhood obesity. Paediatric and perinatal epidemiology. Vol. 26. Num. 5. 2012. p. 438-447.
-Halpern, A. A epidemia de obesidade. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, Vol. 43. Num. 3. 1999. p. 175-176.
-Juonala, M.; Magnussen, C.G.; Berenson, G.S.; Venn, A.; Burns, T.L.; Sabin, M.A. Childhood adiposity, adult adiposity, and cardiovascular risk factors. New England Journal of Medicine. Vol. 365. Num. 20. 2011. p. 1876-85.
-Kang, H.; Lee, H.; Shim, J.; Shin, Y.; Park, B.; Lee, Y. Association between screen time and metabolic syndrome in children and adolescents in Korea: the 2005 Korean National Health and Nutrition Examination Survey. Diabetes research and clinical practice. Vol. 89. Num. 1. 2010. p. 72-8.
-Law, C.; Power, C.; Graham, H.; Merrick, D. Obesity and health inequalities. Department Of Health Public Health Research Consortium. Obes Rev. Vol. 8. Num. Suppl 1. 2007. p. 19-22.
-Lobstein,T.; Jackson-Leach, R.; Moodie, M.L.; Hall, K.D.; Gortmaker, S.L.; Swinburn, B.A. e colaboradores. Child and adolescent obesity: part of a bigger picture. The Lancet. Vol. 385. Num. 9986. 2015. p. 2510-20.
-Ministério da Saúde. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009: antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. Rio de Janeiro. 2010a.
-Ministério da Saúde. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de orçamentos familiares 2008-2009: análise da disponibilidade domiciliar de alimentos e do estado nutricional no Brasil. Rio de Janeiro. 2010b.
-MS. Ministério da Saúde. Secretaria de atenção à saúde. Departamento de atenção básica. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional-SISVAN. Brasília. 2011.
-MS. Ministério da Saúde. Ministério da Educação. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar: 2015. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Rio de Janeiro. 2016.
-Ministério de Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa nacional por amostra de domicílios: síntese de indicadores 2015. Rio de Janeiro. 2016.
-Olds, T.S.; Maher, C.A.; Ridley, K.; Kittel, D.M. Descriptive epidemiology of screen and non-screen sedentary time in adolescents: a cross sectional study. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity. Vol. 7. Num. 1. 2010. p. 92.
-Oliveira, L.C.; Ferrari, G.L.M.; Araújo, T.L.; Matsudo, V. Excesso de peso, obesidade, passos e atividade física de moderada a vigorosa em crianças. Rev Saúde Publica. Vol. 51. Num. 38. 2017.
-Onis, M.; Onyango, A.W.; Borghi, E.; Siyam, A.; Nishida, C.; Siekmann, J.Development of a WHO growth reference for school-aged children and adolescents. Bulletin of the World health Organization. Vol. 85. 2007. p. 660-7.
-Pimenta, T.A.M.; Rocha, R.; Marcondes, N.A.V. Políticas Públicas de intervenção na obesidade infantil no Brasil: uma breve análise da Política Nacional de Alimentação e Nutrição e Política Nacional de Promoção da Saúde. Journal of Health Sciences. Vol. 17. Num. 2. 2015.
-Ppinto, S.L.; Silva, R.C.R. Hipertensão arterial na infância e adolescência -prevalência no Brasil e fatores associados: uma revisão. Revista de Ciências Médicas e Biológicas. Vol. 14. Num. 2. 2016. p. 225-232.
-Sisson, S.B.; Broyles, S.T.; Baker, B.L.; Katzmarzyk, P.T. Screen time, physical activity, and overweight in US youth: National Survey of Children's Health 2003. Journal of Adolescent Health. Vol. 47. Num. 3. 2010. p. 309-11.
-Tremblay, M.S.; LeBlanc, A.G.; Kho, M.E.; Saunders, T.J.; Larouche,R.; Colley, R.C. Systematic review of sedentary behaviour and health indicators in school-aged children and youth. International journal of behavioral nutrition and physical activity. Vol. 8. Num. 1. 2011. p. 98.
-Van Grouw, J.M.; Volpe, S.L. Childhood obesity in America. Current Opinion in Endocrinology, Diabetes and Obesity. Vol. 20. Num. 5. 2013. p. 396-400.
Copyright (c) 2020 Erivelton Fernandes França, João Pedro da Silva Júnior, Fernando Tadeu Serra, Júlia de Aguiar Rodrigues Martinez, LetÃcia Carmo de Souza, Romildo Torres da Silva, Gabrielle Mitico Miyake, Rodrigo Ãlvaro Brandão Lopes Martins, Victor Keihan Rodrigues Matsudo

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citaçao do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).