Fatores associados ao consumo de frutas, verduras e alimentos industrializados em idosos
Resumo
Introdução e objetivo: A qualidade da alimentação na velhice é essencial para a manutenção da saúde. Portanto, objetivou-se associar o consumo diário de 5 porções ou mais de frutas, verduras e alimentos industrializados com sexo, prática de exercício físico, perfil socioeconômico e estado nutricional de idosos. Materiais e métodos: Estudo transversal, realizado com idosos, no qual coletou-se informações referentes ao consumo de frutas e verduras e de alimentos industrializados, idade, sexo, condição socioeconômica, estado nutricional e prática de exercício físico. Calculou-se o risco de prevalência com nível de significância de p<0,05. Resultados: Avaliou-se 27 idosos, sendo a maioria do sexo feminino (81,5%), acima do peso (66,7%) e pertencentes à classe C/D/E (55,6%). A ingestão de pelo menos 5 porções de frutas e verduras ao dia foi relatada por 44,4% dos idosos. O consumo infrequente de frutas e verduras foi mais elevado entre os idosos que apresentaram risco aumentado associado a complicações metabólicas (conforme a CC) (80,0%, p=0,025) e realizavam exercício frequentemente (72,8%, p=0,007). O consumo de alimentos industrializados mostrou-se frequente por 77,8% dos idosos, associando-se significativamente entre os indivíduos que realizavam frequentemente exercícios físicos (88,9%, p=0,025). Conclusão: Os idosos apresentaram baixa frequência no consumo de frutas e verduras e alta ingestão de alimentos industrializados em relação às recomendações. Ademais, o risco aumentado associado a complicações metabólicas se associou com o consumo infrequente de frutas e verduras, e a prática de exercício físico associou-se tanto com o consumo infrequente de frutas e verduras como com a ingestão frequente de alimentos industrializados.
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