Dieta mediterrânea: nossos pacientes não estão no caminho certo
Resumo
Introdução: estudos apontam que a Dieta Mediterrânea pode prevenir doenças crônicas. Objetivo: avaliar o quão próximo da Dieta Mediterrânea estão os hábitos alimentares de pacientes atendidos em uma clínica universitária de nutrição. Métodos: trata-se de uma pesquisa realizada com dados obtidos nos prontuários de pacientes atendidos em uma clínica universitária de nutrição. Os dados coletados foram: idade, gênero, histórico de doenças e informações do consumo alimentar. Resultados: dos 70 prontuários analisados, 64,3% eram de mulheres e a média de idade dos pacientes foi de 40±17,4 anos. As doenças crônicas mais prevalentes foram: hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia,diabetes mellitustipo 2 e obesidade. A mediana da porcentagem de adequação da ingestão hídrica foi de 60% e 22,9% dos pacientes consumiam refrigerante. Somente 8,6% dos pacientes consumiam peixes, enquanto 77,1% ingeriam carne vermelha regularmente. Dois pacientes afirmaram consumir castanhas, sendo que ambos apresentavam hábito intestinal normale um deles não possuía doença crônica. Dos pacientes que consumiam grãos integrais, 58% não possuíam nenhum tipo de doença crônica e 89% (n = 10) relataram hábito intestinal normal. O baixo consumo de azeite esteve associado com a presença de doenças crônicas (p=0,0459), e dentre os indivíduos que consumiam este óleo, 82% relataram hábito intestinal normal. Conclusão: verificou-se consumo reduzido de pescados, azeite e castanhas, alta ingestão de carne vermelha e presença de refrigerante, caracterizando umconsumo contrário ao modelo de dieta mediterrânea. Aliado a esse padrão alimentar inadequado, o baixo índice de atividade física justifica a alta prevalência de doenças crônicas nesta população.
Referências
-ABESO. Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Mapa da Obesidade. São Paulo. 2018.
-Azevedo, P. S.; Pereira, F. W. L.; Paiva, S. A. R. Água, Hidratação e Saúde. Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição. p. 1-16. 2016.
-Barroso, T. A.; Martins, L. B.; Alves, R. Associação Entre a Obesidade Central e a Incidência de Doenças e Fatores de Risco Cardiovascular. International Journal of Cardiovascular Sciences. Vol. 30. Num. 5. 2017. p. 416-424.
-Bernardi, F.; Cichelero, C.; Vitolo, M. R. Comportamento de restrição alimentar e obesidade. Rev. Nutrição. Vol. 18. Num. 1. 2005. p. 85-93.
-Bringel, A. L.; Andrade, K. F. S.; Júnior, N. D. S. Suplementação Nutricional de Cálcio e Vitamina D para a Saúde Óssea e Prevenção de Fraturas Osteoporóticas. Revista Brasileira de Ciências da Saúde. Vol. 18. Num. 4. 2014. p. 353-358.
-Carlucci, E. M. S.; Gouvêa, J. A. G.; Oliveira, A. P. Obesidade e sedentarismo: fatores de risco para doença cardiovascular. Com. Ciências Saúde. Vol. 24. Num. 4. 2013. p. 375-384.
-Cembranel, F.; Hallal, A. L. C.; Chica, D. A. G. Relação entre consumo alimentar de vitaminas e minerais, índice de massa corporal e circunferência da cintura: um estudo de base populacional com adultos no Sul do Brasil. Cadernos de Saúde Pública. Vol. 33. Num. 12. 2017. p. 1-17.
-Cristóvão, M. F.; Sato, A. P. S.; Fujimore, E. Excesso de peso e obesidade abdominal em mulheres atendidas em Unidade da Estratégia Saúde da Família. Rev Esc Enferm USP. Vol. 45. Esp. 2. 2011. p. 1667-1672.
-Cuppari, L.; Bazanelli, A. P. Funções Plenamente Reconhecidas de Nutrientes -Potássio. International Life Sciences Institute do Brasil. Vol. 11. 2010.
-Ferreira, F. A. M.; Maccione, B. A. R.; Costa, I. A. S. Consumo alimentar e risco de Doenças Crônicas Não Transmissíveis em funcionários de serviços gerais de uma Universidade de Aracaju-SE. In: CIAFIS: 3º Congresso Internacional de Atividade Física. Nutrição e Saúde.2017. Aracaju.
-Fisberg, R. M.; Marchioni, D. M. L.; Colucci, A. C. A. Avaliação do consumo alimentar e da ingestão de nutrientes na prática clínica. Arq Bras Endocrinol Metab. Vol. 53. Num.5. 2009. p. 617-624.
-Food Ingredients Brasil. Dossiê Vitaminas. Food ingredients Brasil. Num. 29. 2014. p. 58-88.
-Guimarães, A. F.; Galante, A. P. Anamnese Nutricional e Inquéritos Dietéticos. In: Rossi, L.; Caruso, L.; Galante, A. P. Avaliação Nutricional: Novas Perspectivas. 2ª edição. Rio de Janeiro. Roca. 2015. p. 21-44.
-Guimarães, S. N.; Nemer, S. A.; Fausto, A. M. Influência do consumo de álcool nas alterações antropométricas: uma revisão sistemática. Revista Nutrición Clínica y Dietética Hospitalaria. Vol. 33. Num. 3. 2013. p. 68-76.
-Kamimura, M. A.; Baxmann, A. C; Ramos, L. B.; Cuppari, L. Avaliação Nutricional. In: Cuppari, L. Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar da EPM-UNIFESP: Nutrição Clínica no adulto. 3ª edição. Manole. 2014. p. 111-149.
-Kobyliak, N.; Vircheko, O.; Falalyeyeva, T. Pathophysiological role of host microbiota in the development of obesity. Nutrition Journal. Vol. 15. Num. 43. 2016.
-Leão, A. L. M.; Santos, L. C. D. Consumo de micronutrientes e excesso de peso: existe relação? Revista Brasileira de Epidemiologia. Vol. 15. Num. 1. 2012. p. 85-95.
-Manela-Azulay, M.; Lacerda, C. A. M.; Perez, M. A.; Filgueira, A. L.; Cuzzi, T. Vitamina C. An bras Dermatol. Vol. 78. Num. 3. 2003. p. 265-274.
-Martini, B. A.; Conde, S. R.; Adami, F. S. Cálcio e vitamina D em adultos atendidos em ambulatório de nutrição. Revista Brasileira em Promoção da Saúde. Vol. 31. Num.1. 2018. p. 1-7.
-Ministério da Saúde. Obesidade e sobrepeso: diagnóstico. Diretrizes Brasileiras de Obesidade.2016.
-Nacif, M. A. L.; Vieibig, R. F. Avaliação antropométrica no ciclo da vida: uma visão prática. 2ª edição. Metha. 2011. p. 184.
-Pansani, M. F.; Soares, E. M.; Cirino, J. L. Resultados do tratamento nutricional de uma clínica universitária aos pacientes com doenças crônicas. Revista Nutrición Clínica y Dietética Hospitalaria. Vol. 38. Num. 2. 2018. p. 64-69.
-Pasa, D.; Chiconatto, P.; Pedroso, K. S.; Schmitt, V. Alimentação e Doenças Crônicas Não Transmissíveis em idosos participantes de um grupo de terceira idade. Revista Uneabeu. Vol. 9. Num. 23. 2016. p. 111-125.
-Rubert, A.; Engel, B.; Rohlfes, A. L. B. Vitaminas do complexo B: uma breve revisão. Revista Jovens Pesquisadores. Vol. 7. Num. 1. 2017. p. 30-45.
-Santos, R. D.; Gagliardi, A. C. M.; Xavier, H. T. I Diretriz sobre o consumo de gorduras e saúde cardiovascular. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Vol. 100. Num. 1. Supl. 3. 2013.
-Scherer, R.; Scherer, F.; Conde, S. R.; Dal Bosco, S. M. Estado nutricional e prevalência de doenças crônicas em idosos de um município do interior do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Vol. 16. Num. 4. 2013. p. 769-779.
-Sociedade Brasileira de Cardiologia. V Diretriz brasileira de dislipidemias e prevenção da aterosclerose. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Vol. 101. Num. 4. 2013. p. 1-20.
-Sociedade Brasileira de Diabetes. Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD. Manual de Nutrição Profissional da Saúde, 2009.
-The National Academies of Sciences Engineering Medicine. Dietary Reference Intakes Tables and Aplication. 2018.
-Wannmacher, L. Obesidade como fator de risco para morbidade e mortalidade: evidências sobre o manejo com medidas não medicamentosas. Organização Pan Americana da Saúde. Vol. 1. Num. 7. 2016. p. 1-10.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citaçao do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).