Ingestão hídrica e de bebidas entre idosos diabéticos e não diabéticos atendidos em uma clínica de saúde em São Paulo
Resumo
Introdução: Entre as alterações fisiológicas que ocorrem com o processo de envelhecimento, perdas de fluidos e diminuição do consumo de líquidos e da sensação de sede, são fatores que tornam o idoso mais suscetível a desidratação. Objetivo: Este estudo tem como objetivo avaliar a ingestão hídrica e de outras bebidas entre idosos, diabéticos e não diabéticos, atendidos em uma Clínica Escola de Saúde em São Paulo. Materiais e Métodos: Estudo transversal constituído por 78 idosos de ambos os sexos, diabéticos e não diabéticos. A verificação do consumo diário de água e outros líquidos ocorreu pela aplicação do Questionário de Frequência Alimentar (QFA). Utilizou-se média, desvio-padrão e mediana do consumo de bebidas e água. A comparação do consumo mediano de água e outras bebidas entre idosos, diabéticos e não diabéticos foi feita pela aplicação do teste Mann-Whitney (p<0,05). Resultados: A população de estudo foi constituída por 73% idosas e 27% idosos, sendo 34,6% diabéticos e 65,4% não diabéticos. A maior parte dos idosos (60,3 %) apresentou consumo ≤ 1000 ml de água/dia. O consumo mediano diário de água pelos idosos diabéticos foi de 1000 ml e não diabéticos 800 ml (p= 0,124). Conclusão: Conclui-se que que a maior parte da população idosa, apresentou um baixo consumo diário de água e maior consumo de café e leite. O consumo mediano de água e bebidas não diferiu estatisticamente entre diabéticos e não diabéticos. é importante o incentivo do consumo de líquidos em idosos, principalmente de água e sucos de fruta in natura.
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Copyright (c) 2020 Natacha Lino Mendonça, Aline Veroneze de Mello, Hellen Daniela de Sousa Coelho
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