Sinais e sintomas de hipersensibilidades alimentares entre indivíduos vegetarianos vs. Onívoros
Resumo
Objetivo: Comparar sinais e sintomas clínicos relacionados à alimentação entre adultos onívoros e vegetarianos. Métodos: O presente trabalho foi desenvolvido com base em uma pesquisa descritiva, quantitativa e transversal. A população da pesquisa foi composta por dois grupos: onívoros e vegetarianos. A seleção da amostra foi não probabilística intencional, com um total de 100 indivíduos. Foi utilizado o questionário de rastreamento metabólico (QRM), Escala de Bristol e questionário de constipação para comparar e relacionar o tipo de dieta com os sinais e sintomas de hipersensibilidades alimentares. Resultados: Quando comparado o QRM entre os grupos, pode-se observar que o percentual de indivíduos considerados saudáveis foi de 20,9% no grupo vegetarianos e 9,1% no grupo onívoros. Além disso, 16,4% dos vegetarianos apresentaram baixa hipersensibilidade, enquanto nenhum indivíduo onívoro se enquadrou nessa classificação. Outro resultado positivo encontrado a favor do vegetarianismo foi que 66,7% dos onívoros apresentaram moderada hipersensibilidade e somente 34% dos vegetarianos foram classificados como moderados. Para todas estas comparações, houve significância de p = 0,003 entre os grupos. Por outro lado, não houve diferençaa significativa entre os indivíduos veganos e onívoros inerente à Escala de Bristol. Conclusão: Pacientes vegetarianos, em comparação com pacientes onívoros, apresentaram respostas clínicas mais favoráveis em relação a sinais e sintomas de hipersensibilidades alimentares. Contudo, é interessante maior aprofundamento científico do vegetarianismo no cenário da saúde intestinal, cujos novos ensaios clínicos controlados são importantes especialmente na investigação de biomarcadores para complementar os achados.
Referências
-Alves, J.G. Constipação intestinal. Jornal brasileiro de Medicina. Vol. 268. Num. 2. 2013.
-Appleby, P.N.; Key, T.J. The long-term health of vegetarians and vegans. Proceedings of Nutrition Society. Vol. 75. Num 3. p. 287-293. 2016.
-Baker, J. L.; Olsen, L. W.; Sorensen, T. I. Childhood Body-Mass Index and the Risk of Coronary Heart Disease in Adulthood. The New England Journal of Medicine. Vol. 357. Num. 23. p. 2329-2337. 2007.
-Berrougui, H.; Ikhlef, S.; Khalil, A. Extra Virgin Olive Oil Polyphenols Promote Cholesterol Efflux and Improve HDL Functionality. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine. Vol. 2015. p.208062. 2015.
-Beto, J.A. The Role of Calcium in Human Aging. Clinical Nutrition Research. Vol. 4. Num. 1. p. 1-8. 2015.
-Bridi, A.M. Consumo de carne bovina e saúde humana: convergências e divergências. 2012. Disponível em: <http://www.uel.br/grupo-pesquisa/gpac/pages/arquivos/consumo%20de%20carne%20revisado%20II%20livro%20ronaldo.pdf >.
-Centro Brasileiro de Nutrição Funcional. Questionário de rastreamento metabólico. 2014. Disponível em:<https://pt.scribd.com/doc/135572702/Questionario-de-Rastreamento-metabolico>.
-Galdino, J.J. Questionário de rastreamento metabólico voltado a disbiose intestinal em profissionais de Enfermagem. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento. São Paulo. Vol. 10. Num. 57. p. 117-122. 2016.
-Green, R.; Allen, L.H.; Bjørke-Monsen, A.L.; Brito, A. Vitamin B12 deficiency. Nature Reviews Disease Primers. Num. 3. Vol. 17040. 2017.
-IBOPE. Crescimento histórico no número de vegetarianos no Brasil. Sociedade Vegetariana Brasileira. 2018. Disponível em: <https://www.svb.org.br/2469-pesquisa-do-ibope-aponta-crescimento-historico-no-numero-de-vegetarianos-no-brasil.
-Iguacel, I.; Miguel-Berges, M.L; Gómez-Bruton, A.; Moreno, L.A.; et al. Veganism, vegetarianism, bone mineral density, and fracture risk: a systematic review and meta-analysis. Nutrition Reviews. Vol. 77. Num. 1. p. 1-18. 2019.
-Losasso,C.; Eckert,E.M.; Mastrorilli,E.; Villiger J.; et al. Assessing the Influence of Vegan, Vegetarian and Omnivore Oriented Westernized Dietary Styles on Human Gut Microbiota: A Cross Sectional Study. Frontiers in Microbiology. Vol. 9. 2018.
-Martinez, A. P.; Azevedo, G. R. Tradução, adaptação cultural e validação da Bristol Stool Form Scale para a população brasileira. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto. Vol. 20. Num. 3. p. 583-589. 2012.
-Mathieu, S.; Dorard, G. Vegetarianism and veganism lifestyle: Motivation and psychological dimensions associated with selective diet. La Presse Médicale. Vol. 45. Num. 9. p. 726-733. 2016.
-Obeid, R.; Heil, S.G.; Verhoeven, M.M.A.; van den Heuvel, E.G.H.M. Vitamin B12 Intake From Animal Foods, Biomarkers, and Health Aspects. Frontiers in Nutrition. Vol. 6. Num. 93. 2019.
-Santos, H.O. The Need for Sex Hormone Analysis in Addition to Long-Term Follow-Up of Phytosterol Supplementation. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Num. 111. Vol. 2. 2018. p. 228-229. 2018a.
-Santos, H.O.; Bueno, A.A.; Mota, J.P. The effect of artichoke on lipid profile: A review of possible mechanisms of action. Pharmacological Research. Vol. 137. p. 170-178. 2018b.
-Sharma, S.; Sharma, R.K.; Parashar. Comparison of the nutritional status and outcome in thermal burn patients receiving vegetarian and non-vegetarian diets. Indian J Plast Surg. Vol. 47. Num. 2. 2014.
-The American Dietetic Association. Position of the American Dietetic Association and Dietitians of Canada: Vegetarian diets. J Am Diet Assoc. Vol. 103. Num. 6. 2003.
-Weiss, G. A.; Hennet, T. Mechanisms and consequences of intestinal dysbiosis. Zurich Open Repository and Archive. Vol. 74. Num. 1. p. 6. 2017.
-Zimmermann, L.C.; Cezar, T.M. Prevalência de sinais e sintomas avaliados em um grupo de emagrecimento de um centro universitário do oeste do Paraná. Fag Journal of Health. 2019. Edição Especial. p. 20.
Copyright (c) 2020 Beatriz Dagostin, Maria Luiza dos Santos Guellere, David Bastista Gesuino, Kristian Madeira, Marco Antônio da Silva, Heitor Oliveira Santos, Thais Fernandes Luciano
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citaçao do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).